A fantástica constribuição a seguir é de autoria do Estel, conhecidíssimo nas comunidades nerds de São Paulo e outras paragens.
Se você for dar um crtlC crtV, não se esqueça dos créditos, viu???
o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o........
Cantigas da Terra-média
Por J. Estel Santiago
Tolkien foi um grande literato que revolucionou a forma como vemos a literatura de Fantasia no mundo (na Inglaterra, seus livros SÓ venderam menos que a Bíblia - que por sinal é outra obra de literatura fantástica com quês de mitologia, hehe). Isso se deve a inúmeros fatores, sobre os quais podemos passar toda uma Era de Homens, e de Elfos (!) para apontar, refletir, discutir, deduzir, considerar...
Ronald Kyrmse foi o precursor da onda nerd e tolkiendili que se espalhou pelo Brasil e que hoje conglomera milhares de pessoas em diferentes grupos de estudo (como o Conselho Branco, a Valinor, o Condado, a Dúvendor, entre outros). Parafraseando-o de seu Explicando Tolkien (Editora Martins Fontes, 2003, 192 páginas) as obras de Tolkien obtiveram e ainda continuam obtendo grande sucesso e aceitação pelo mundo todo porque sua criação é tridimensional – onde se percebe um mundo construído desde bases sólidas, geográficas, até vertentes lingüísticas e sociais, perpassando mudanças no tempo (calendários diversos, divisão das semanas, etc).
Indo além, é possível considerar que essas nuances tornam a mythopoeia de Tolkien verossimilhante, isto é, o mundo em que se passam as aventuras de elfos, homens, anões e hobbits se torna crível para o leitor, que consegue “suspender-se” de sua realidade atual para fruir a vivência em sua completude das histórias que acontecem com os personagens, conforme as regras pré-estabelecidas pelo autor.
Sobre as cantigas
Tolkien escreveu sobre línguas, calendários, astros, guerras, dialetos, alfabetos, paixões, raças, magia, geografia, divindades, poemas, anéis, etc. E em meio a essa complexidade de fatores que sustentam um mundo e o tornam crível, temos as tradições folclóricas, aqueles costumes específicos adotados por determinada população vivente em um espaço delimitado, que passa de geração para geração e representam um forte traço da cultura popular. O hábito do fumo de erva dos hobbits é um exemplo dessa tradição.
E como o mundo está sempre mudando, Tolkien propositalmente ou não deixou algumas lacunas em sua construção (até porque nunca é possível que o próprio homem consiga conhecer tudo o que se passa em seu mundo no momento histórico em que vive e compreendê-lo plenamente). Nesses espaços mentes férteis penetram e se incumbem de continuar o relato da história.
E, se assumirmos como verdade o pensamento do Professor, de que o mundo de Frodo e seus companheiros é o mesmo mundo que o nosso, só que em Eras muito, mas muito distante mesmo, parte da tradição de outrora foi sobrevivendo através de adaptações. E um exemplo claro e incontestável disso são as cantigas (de ninar, de roda, de festividades, etc). Algumas chegaram imutáveis até os dias de hoje, outras somente os personagens mudaram. Acompanhe.
Nana, neném
(canção para ninar anões com medo do Escuro)
Autor: Aulë
Nana, neném
Que o Melkor vem pegar
Aulë foi pra roça
E Yavanna foi plantar
Bicho balrog
Sai debaixo do buraco
Deixa o anãozinho
Dormir sossegado
A casa
(tradição valarin, sobre a criação do mundo)
Autor: um maia chamado Vi’ikius
Era uma Arda muito engraçada
Por J. Estel Santiago
Tolkien foi um grande literato que revolucionou a forma como vemos a literatura de Fantasia no mundo (na Inglaterra, seus livros SÓ venderam menos que a Bíblia - que por sinal é outra obra de literatura fantástica com quês de mitologia, hehe). Isso se deve a inúmeros fatores, sobre os quais podemos passar toda uma Era de Homens, e de Elfos (!) para apontar, refletir, discutir, deduzir, considerar...
Ronald Kyrmse foi o precursor da onda nerd e tolkiendili que se espalhou pelo Brasil e que hoje conglomera milhares de pessoas em diferentes grupos de estudo (como o Conselho Branco, a Valinor, o Condado, a Dúvendor, entre outros). Parafraseando-o de seu Explicando Tolkien (Editora Martins Fontes, 2003, 192 páginas) as obras de Tolkien obtiveram e ainda continuam obtendo grande sucesso e aceitação pelo mundo todo porque sua criação é tridimensional – onde se percebe um mundo construído desde bases sólidas, geográficas, até vertentes lingüísticas e sociais, perpassando mudanças no tempo (calendários diversos, divisão das semanas, etc).
Indo além, é possível considerar que essas nuances tornam a mythopoeia de Tolkien verossimilhante, isto é, o mundo em que se passam as aventuras de elfos, homens, anões e hobbits se torna crível para o leitor, que consegue “suspender-se” de sua realidade atual para fruir a vivência em sua completude das histórias que acontecem com os personagens, conforme as regras pré-estabelecidas pelo autor.
Sobre as cantigas
Tolkien escreveu sobre línguas, calendários, astros, guerras, dialetos, alfabetos, paixões, raças, magia, geografia, divindades, poemas, anéis, etc. E em meio a essa complexidade de fatores que sustentam um mundo e o tornam crível, temos as tradições folclóricas, aqueles costumes específicos adotados por determinada população vivente em um espaço delimitado, que passa de geração para geração e representam um forte traço da cultura popular. O hábito do fumo de erva dos hobbits é um exemplo dessa tradição.
E como o mundo está sempre mudando, Tolkien propositalmente ou não deixou algumas lacunas em sua construção (até porque nunca é possível que o próprio homem consiga conhecer tudo o que se passa em seu mundo no momento histórico em que vive e compreendê-lo plenamente). Nesses espaços mentes férteis penetram e se incumbem de continuar o relato da história.
E, se assumirmos como verdade o pensamento do Professor, de que o mundo de Frodo e seus companheiros é o mesmo mundo que o nosso, só que em Eras muito, mas muito distante mesmo, parte da tradição de outrora foi sobrevivendo através de adaptações. E um exemplo claro e incontestável disso são as cantigas (de ninar, de roda, de festividades, etc). Algumas chegaram imutáveis até os dias de hoje, outras somente os personagens mudaram. Acompanhe.
Nana, neném
(canção para ninar anões com medo do Escuro)
Autor: Aulë
Nana, neném
Que o Melkor vem pegar
Aulë foi pra roça
E Yavanna foi plantar
Bicho balrog
Sai debaixo do buraco
Deixa o anãozinho
Dormir sossegado
A casa
(tradição valarin, sobre a criação do mundo)
Autor: um maia chamado Vi’ikius
Era uma Arda muito engraçada
não tinha teto não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque em Arda não tinha chão
ninguém podia dormir na rede
porque em Arda não tinha parede
ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali
Era uma Arda muito engraçada
não tinha teto não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque em Arda não tinha chão
ninguém podia dormir na rede
porque em Arda não tinha parede
ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
por Eru Ilúvatar em pensamento
Mas era feita com muito esmero
pelos Ainur via encantamento
Atirei o pau no vala
(canção criada à época em que os primeiros elfos nasceram em Aman)
Autor: Melkor
Atirei o pau no vala-lá
mas o vala-lá
não morreu-reu-reu
Dona Niënna-na
'dmirou-se-se
do berro, do berro que o vala deu:
Tevildooo...!
Atirei o pau no elfo
(versão de Atirei o pau no vala, para elfos da 3ª Era que viviam na Terra-média)
Autor: desconhecido
Atirei o pau no elfo-fo
mas o elfo-fo
não morreu-reu-re
Dona Galadriel-iel
‘dmirou-se-se
do berro, do berro que o elfo deu:
Ai, ai, um balrog!
(canção criada à época em que os primeiros elfos nasceram em Aman)
Autor: Melkor
Atirei o pau no vala-lá
mas o vala-lá
não morreu-reu-reu
Dona Niënna-na
'dmirou-se-se
do berro, do berro que o vala deu:
Tevildooo...!
Atirei o pau no elfo
(versão de Atirei o pau no vala, para elfos da 3ª Era que viviam na Terra-média)
Autor: desconhecido
Atirei o pau no elfo-fo
mas o elfo-fo
não morreu-reu-re
Dona Galadriel-iel
‘dmirou-se-se
do berro, do berro que o elfo deu:
Ai, ai, um balrog!
Valazinhos
(canção criada por Nerdanel para ensinar seus filhos Maedhros, Maglor, Celegorm, Caranthir, Curufin, Amrod e Amras a contar)
Um, dois, três, quatro valazinhos
cinco, seis, sete, oito valazinhos
nove, dez, onze valazinhos
doze no pequeno bote
Iam navegando pelo Ekkaia abaixo
quando o Melkor se aproximou
e o pequeno bote dos valazinhos
quase, quase virou...
Mas não virou!
(OBS: o sistema de contagem dos elfos era duodecimal)
Vala abençoa
(canção popular dos elfos quando viviam em Aman)
Autor: desconhecido
Um vala abençoa muita gente
dois valar abençoam abençoam muito mais!
Três valar abençoam muita gente
quatro valar abençoam abençoam abençoam abençoam muito mais
cinco valar [Melkor sempre interrompe e diz: Cala a boca, Fëanor! - e não abençoa ninguém...]
(canção popular dos elfos quando viviam em Aman)
Autor: desconhecido
Um vala abençoa muita gente
dois valar abençoam abençoam muito mais!
Três valar abençoam muita gente
quatro valar abençoam abençoam abençoam abençoam muito mais
cinco valar [Melkor sempre interrompe e diz: Cala a boca, Fëanor! - e não abençoa ninguém...]
La balrogoleta
Autor: desconhecida
La balrogoleta, la balrogoleta
Ya no puede caminar
Porque no tiene
Porque la falta
Una asita de atras
Autor: desconhecida
La balrogoleta, la balrogoleta
Ya no puede caminar
Porque no tiene
Porque la falta
Una asita de atras
O Faramir e a Éowin
(sobre a chacota que a plebe fazia sobre Éowin de Rohan ser o homem da relação)
Autor: desconhecido
A Éowin brigou com o Faramir
(sobre a chacota que a plebe fazia sobre Éowin de Rohan ser o homem da relação)
Autor: desconhecido
A Éowin brigou com o Faramir
Debaixo de uma sacada
A Éowin ficou ferida
E o Faramir despedaçado
A Éowin ficou doente
A Éowin ficou doente
O Faramir foi visitar
A Éowin teve um desmaio
O Faramir pôs-se a chorar
Se essa rua fosse minha
(canção criada para Galadriel)
Autor: Fëanor
Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com joiazinhas, com joiazinhas de brilhante
Só pro meu, só pro meu amor passar...
Nesta rua, nesta rua, tem um bosque
Que se chama, que se chama, Erya
Dentro dele, dentro dele mora um ainur
Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei seu coração
É porque tu roubastes o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu cabelo
É porque, é porque eu te quero bem...
Olifante cara preta
(tradicional canção gondoriana de ninar)
Autor: desconhecido
Oli-olifante
Olifante cara preta
Pega esse menino que tem medo de careta
(tradicional canção gondoriana de ninar)
Autor: desconhecido
Oli-olifante
Olifante cara preta
Pega esse menino que tem medo de careta
Arwenzinha de Erú
Autor: Aragorn, ainda criança
Arwenzinha de Erú de uma queda
Foi ao chão
Acudiram três guerreiros
Todos de elmo na mão
O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Arwenzinha deu a mão
Arwenzinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao ranger
Eu te dou meu coração
Do mirúvor quero um gole
Da lembas quero um pedaço
Da elfinha mais gostosa
Quero um beijo e um abraço
Ciranda Cirandinha
(canção hobbit criada após o retorno de Frodo)
Autor: Frodo
Ciranda Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
O Anel que tu me destes
Era mau e se queimou
O dedo que eu me tinhas
Foi arrancado e se acabou
Por isso seu Sméagol
Entre dentro desta roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá se embora
Meu Limão, Meu Limoeiro
(canção hobbit)
Autor: desconhecido
Meu limão, meu limoeiro
Meu pé de jacarandá
Uma vez, tindolelê
Outra vez, tindolalá
A Shelob diz que tem
(canção hobbit criada para hobbitzinhos)
Autor: Samwise Gamgee
A Shelob diz que tem sete saias de filó
É mentira da Shelob, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só!
A Shelob diz que tem um sapato de veludo
É mentira da Shelob, ela tem o pé peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, ela tem o pé peludo!
A Shelob diz que tem uma cama de marfim
É mentira da Shelob, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim
Smaug Lelê
Autor: Bard, para seus filhos
Smaug Lelê ‘tá doente
‘tá com a cabeça quebrada
Smaug Lelê precisava
É de uma boa flechada
Smaug, Smaug, Smaug ô Lelê
Smaug, Smaug, Smaug ô Lalá (BIS)
Escravos de Sauron
(tradição órquica)
Autor: desconhecido
Escravos de Sauron jogavam caxangá
Tira, bota deixa o Shagrat ficar
Orquinhos com orquinhos fazem zigue zigue za (bis)
(tradição órquica)
Autor: desconhecido
Escravos de Sauron jogavam caxangá
Tira, bota deixa o Shagrat ficar
Orquinhos com orquinhos fazem zigue zigue za (bis)
Fui no Entágua
(canção ent)
Autor: desconhecido
Fui no Entágua beber água não achei
Achei linda Entezela
Que no shopping eu deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada
(canção ent)
Autor: desconhecido
Fui no Entágua beber água não achei
Achei linda Entezela
Que no shopping eu deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada
Peixe Cru
Autor: Gollum, depois de ver Sam cozinhando
Como pode o peixo cru
Ficar bom na panelinha
Como pode o peixe cru
Ficar bom na panelinha
(para o Anel)
Como nós poder viver
Como nós poder viver
Sem a tua, sem gollum
Sem a tua companhia
Sem a tua, gollum-gollum
Sem a tua companhia
o-o-o-o-o-
Sobre o autor
Estel Santiago tem 22 anos, é graduando em Relações Públicas, ator, trabalha com Assessoria de Comunicação e foi presidente do Conselho Branco Sociedade Tolkien, entidade que estuda e divulga as obras de Tolkien no país por meio de encontros, lista de discussões e eventos.
Sua vertente literária preferida é a Fantasia, e seus autores são Tolkien, Philip Pulman, Diana Wynne Jones e Rosana Rios.
Na sua estante há também Agatha Christie, Jostein Gaarder, mangás, livros de RPG, teatro, budismo, paganismo e clássicos da literatura.
Estel mora na Vila Mariana, tem uma gata e dois filhotes (Diana Maria, Hermes e Ísis), é praticante de kung fu, adora cozinhar e coleciona marcadores de páginas e postais publicitários.
Mais sobre o Estel você encontra aqui: http://migre.me/JWum e @estelsantiago
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