Frase do dia, da semana...

Tanto para o menor como para o maior, há alguma coisa que só se pode realizar uma vez; e nesse feito o coração repousará (Fëanor, no Circulo de Julgamento, O Silmarillion)

quarta-feira, 31 de março de 2010

Fëanor


FËANOR MALIGNO?
Ensaio elaborado por Edhelcalen

A mitologia de Tolkien se desenvolve através de eventos intrincados e interligados. Embora possam se apresentar de forma independente, nitidamente sentimos que um evento enriquece e aprofunda o outro. Se olharmos cada um deles isoladamente não há o risco de falta de compreensão, mas esta se torna mais pobre e perdemos a oportunidade de mergulharmos numa imensidão “histórica”, cujas dimensões e profundidade sempre nos causarão surpresa.

É o caso de Fëanor, constantemente sob análises limitadas e superficiais, sem abranger a totalidade desse personagem. Amado ou odiado, mas nunca ignorado, seu nome faz nascer os mais acirrados debates e, às vezes, a paixão que o personagem desperta impele alguns leitores mais afoitos e desavisados a incorrerem num erro, se não numa injustiça: apor, ao nome de Fëanor, o adjetivo “maligno”.

Maligno??

Os erros de Fëanor foram muitos e isso acabou por corromper o que esse mais poderoso dos Eldar poderia ter sido. Ao se expressar sobre Fëanor seus mais ferrenhos acusadores ressaltam três pontos principais: seu juramento, o assassinato dos Teleri e o abandono de seu meio-irmão, Fingolfin, no gelo tormentoso de Helcaraxë. Alguns chegam ao extremo de diagnosticá-lo como sofredor de algum tipo de psicopatologia.
Talvez esses analistas e acusadores tenham a visão obliterada pela necessidade imaginativa de enxergar os Elfos como figuras angelicais, que ficariam tocando harpa no “Paraíso de Aman”. Figuras incapazes de terem emoções, desejos, paixões e ímpetos que maculariam sua aura de eterna benevolência.
Quando se deparam com um Elfo, cuja personalidade complexa foge daquilo que desejam desesperadamente que fosse, a reação é de surpresa. Chocados, precisam enfatizar a dicotomia bem-mal, como se fossem elementos que não devem coexistir num mesmo momento, num mesmo lugar, tampouco no mesmo indivíduo. Isso se revela claramente quando o assunto é Fingolfin ou Galadriel. O primeiro se tornou, sob os olhares dos revoltados com Fëanor, a própria vítima, preferindo fingir que ele nunca tenha tomado parte do massacre do Porto dos Cisnes, por exemplo. Por sua vez, é varrida para debaixo do tapete a personalidade altamente ambiciosa de Galadriel, dando preferência à sua imagem de Senhora de Lothlórien que acolhe a Comitiva e se recusa a pegar o Anel de Frodo. Facilmente é esquecido o fato de que Galadriel era acometida dos mesmos ímpetos de Fëanor e que tenha ficado desejando desesperadamente possuir o Um. É mais fácil vê-la como uma figura moldada pela sabedoria, incorrupta. A narrativa favorece isso na medida em que pouco é dito sobre a verdadeira (e completa) face de Galadriel. O mesmo não acontece com Fëanor. Tolkien joga a luz do holofote sobre Fëanor, de forma que todos os olhares se voltem em sua direção... e aí começa um julgamento feroz.
Fëanor torna-se a própria materialização do anjo Caído do Paraíso cristão. É aquele que deve ser odiado, repelido e condenado. Todos os seus feitos positivos são esquecidos e a chance de uma análise imparcial do personagem é negligenciada. Embora a simples menção do nome do primogênito de Finwë desperte fortes paixões, quaisquer que sejam elas, Fëanor tornou-se o símbolo extremado daquilo que nós, seres humanos, queremos negar que carregamos em nosso interior: a (temida) possibilidade de abrigarmos, na nossa alma, o bem e o mal lado a lado.
Assim jogamos a primeira pedra, numa tentativa vã de nos forçar a ser o espelho daqueles seres benevolentes e angelicais. É a negação da complexidade que somos e dizemos para nós mesmos: “Fëanor é mau, eu não!”. É a mesma arrogância, em diferente (?) grau, da qual Fëanor foi acometido. Ele foi incapaz de fazer uma auto-avaliação e perceber que era passível de erros, colocando-se num patamar acima dos outros. Esse foi seu erro, e que o impediu de reconhecer, nas entrelinhas, as verdadeiras motivações de Melkor. Em sua mente, ele estava acima de qualquer sugestão externa. Quem de nós pode afirmar que nunca foi acometido desse tipo de arrogância?
Fëanor tornou-se vítima do próprio poder que possuía. Um poder que nenhum dos Filhos de Ilúvatar pôde se igualar (talvez à exceção de Lúthien, mas esta carregava o sangue de uma maia). Tamanho era seu poder que todos os seus atos e criações moldaram, para sempre, o destino de Arda. Se assumirmos, em nossa imaginação, que estamos vivenciando a Sétima Era, vemos que “nossa” história atual é resultado da junção dos feitos de Melkor e dos feitos de Fëanor. Isso quase coloca Fëanor em pé de igualdade com o maior e mais poderoso dos Ainur. Isso por si só deveria exigir uma análise mais apurada desse personagem.
Fëanor, dando vazão ao seu próprio poder (subcriativo, inclusive) criou os silmarilli.
Conseguiu o feito que causou admiração por parte dos próprios Valar e atiçou a cobiça de Melkor. Aprisionando a luz das Árvores, ele garantiu que a humanidade pudesse olhar para o céu e ver o sinal daquilo que um dia existiu e retornará após a Batalha Final. Um outro ponto normalmente acusatório aqui: a recusa de Fëanor em entregar as jóias para sua destruição e conseqüente recuperação das Árvores destruídas. Mas lembremos que mesmo que as Árvores não tivessem sido conspurcadas por Ungoliant, elas somente jorrariam sua luz de bem-aventurança sobre uma minoria seleta, privando os demais seres de Arda do sinal de esperança. Se Fëanor não as tivesse criado, Eärendil não estaria navegando no céu, e a luz de Telperion e Claurelin seria apenas uma lenda repassada a cada geração até se perder no esquecimento.
Fëanor não entregou as jóias, e no momento em que Aman inteira pranteava a escuridão, ele foi tomado por uma dor muito maior do que a ausência da luz: a morte de Finwë. Essa dor é totalmente desprezada por aqueles que, numa visão reducionista, preferem apenas “ver” seus atos imediatamente posteriores.
Essa dor passa a ser algo insignificante. É dito em O Silmarillion: “Mas ele estava desvairado de dor pela morte de seu pai e de angústia pelo roubo dos silmarils”. Só a segunda parte é lembrada; a primeira é pisoteada e ignorada por aqueles que o acusam. Novamente, aqui é nítido a negação daquilo que não queremos ter ou sentir.
Pergunta: deveria Fëanor se sentar aos pés de Manwë (a exemplo do que os Vanyar sempre fizeram), prantear a morte de seu pai e ficar impassível diante da ação cruel do assassino?
Quem, na vida real, teria essa atitude?
A partir daí, Fëanor torna-se vítima de sua arrogância e de sua dor. Soma erros em cima de erros que resultam em sua própria morte e seu enclausuramento nos Salões de Mandos.
Fëanor tornou-se um alvo duplo: das artimanhas de Melkor/Morgoth e da ira dos Valar. O que teria acontecido se os Valar não tivessem dado vazão à sua própria ira? Com certeza não teria existido a interdição. Agora, qual é a justificativa para os Valar voltarem suas costas nos anos que se seguiram a todos os seres da Terra-média, principalmente os Noldor, muitos dos quais não eram nem nascidos em Aman? Pouco - ou de forma muito débil - os Valar são “julgados” por essa atitude.
Os Noldor sofreram; os Sindar sofreram; os Anões sofreram, os Homens sofreram. E quando olhamos para os Valar e perguntamos “por quê?”, é como se eles dissessem “é tudo culpa dele!”, apontando para Fëanor.
Se é dada a justificativa para que eles não declarassem guerra contra Melkor (no que 500 anos depois se tornou a Guerra da Ira) como sendo a preocupação com a destruição de Arda, então que revogassem a interdição e muitos não teriam caído nas teias da “maldição” (entre aspas) de Mandos. É possível imaginar quanto de sofrimento teria sido evitado.
Conforme O Silmarillion, Melkor não envenenou somente a mente de Fëanor (“E quando Melkor viu que tais mentiras eram um fogo latente e que o orgulho e a cólera estavam despertos entre os Noldor, falou-lhes a respeito de armas”. O Silmarillion, cap. Dos silmarils e do desassossego dos Noldor). É bem possível que tenha, também, despertado o desejo de Fingolfin pelo poder. O mesmo livro dá a entender que já havia uma cisão entre os Noldor antes da rebelião, colocando os seguidores de Fëanor e os de Fingolfin em lados, digamos, quase rivais e competitivos.
Quem mantém o equilíbrio é Finwë. Este é um dos motivos pelo qual não creio que quando Fingolfin foi falar com seu pai para conter Fëanor, o fez somente por lealdade ao rei, mas também para mostrar que estava a altura de liderar os Noldor.
Quando do debate entre Fëanor e Fingolfin sobre a volta para a Terra-média, será que somente a preocupação com os Noldor era o motivo para Fingolfin discordar de seu meio-irmão?
Fingolfin era orgulhoso. Todos os Noldor eram; ele não seria exceção. E isso me leva à outra questão. Com a morte de Finwë, se Fingolfin conseguisse convencer os Noldor a permanecer em Aman - e com Fëanor fora do caminho por ter partido no encalço de Melkor - ele seria o rei dos Noldor. Uma outra questão: o fato de Fëanor ter sido exilado em Formenos e Finwë, em sua tristeza, tê-lo acompanhado, deixou Fingolfin liderando os Noldor, mesmo que temporariamente. Como seria devolver isso a Fëanor? Parece-me improvável que Fingolfin quisesse desperdiçar uma oportunidade dessas.
Entretanto, no debate quem venceu foi Fëanor, e Fingolfin não teve outra opção a não ser aceitar a liderança de seu irmão. No que tange a esse assunto, quem estava certo era Finarfin que, de forma tão tranqüila, assumiu o reinado dos Noldor de Aman.
Nós temos conhecimento de que a nossa História está recheadíssima de fatos semelhantes e que o desejo de poder está presente nas disputas entre as famílias e herdeiros. Supor que a Casa de Finwë fosse uma exceção parece-me “exceção demais”.
Fingolfin parece não ter o ímpeto de seu irmão, tampouco o carisma e a eloqüência de Fëanor, mas isso não o coloca numa categoria de submissão ou de aceitação total e inquestionável digamos assim, que vemos no exemplo Boromir-Faramir. A rivalidade entre Fingolfin e Fëanor era uma realidade e não creio, por todos os motivos que citei anteriormente, que isso tenha partido unicamente da parte de Fëanor.
Muito possivelmente, Fëanor tinha isso muito claro e pode explicar sua decisão de partir e queimar os navios. Nada é dito que Fëanor tenha premeditado deixar os que seguiam Fingolfin - e o próprio Fingolfin - para trás: “... e muitos se arrependeram do caminho seguido e começaram a murmurar, sobretudo aqueles que seguiam Fingolfin, amaldiçoando Fëanor e considerando-o a causa de todas as desventuras dos Eldar” (O Silmarillion). Isso pode ter sacramentado sua desconfiança fazendo-o partir secretamente para a Terra-média.
Chegando a Terra-média, mostrou a que veio e sem se deixar distrair ou contemplar ambiciosamente as vastas terras de Beleriand, partiu ao ataque de seu inimigo. Ali morreu lutando, e seu corpo teve um destino compatível com seu espírito que ardia mais que em qualquer outro filho de Eru.
Em sua trajetória, brevemente descrita por Tolkien, Fëanor jamais se rendeu a Melkor, fato claramente dito nO Silmarillion onde afirma que ninguém jamais odiou Melkor como ele.
Fëanor maligno? Não, absolutamente. Fëanor foi tão somente vítima de seu próprio poder que atraiu para si a atenção do mais poderoso dos Ainur.
São poucas as páginas que relatam a história desse personagem, mas como ele, a brevidade do relato não deixa de mostrar sua importância, complexidade e profundidade.
São páginas suficientes para nos mostrar que quase a totalidade da história de Arda nasceu dos feitos e das mãos do mais poderoso dos Filhos de Ilúvatar: Fëanor.


Créditos da gravura: retirado do site www.wargamez.com.ar

terça-feira, 30 de março de 2010

Novas sobre a saga Crespúsculo


Stephenie Meyer lança novo livro da Saga Crepúsculo


Para quem estava achando que as histórias dos vampiros tinha acabado em Amanhecer, boas novas. Stephenie Meyer anunciou em seu site que vai lançar o livro The Short Second Life of Bree Tanner, protagonizado por uma vampira que aparece rapidamente em Eclipse, terceiro livro da série.

O lançamento será no dia 5 de junho, 25 dias antes da estreia do novo longa nos cinemas.O novo livro terá 200 páginas e a história faria parte do The Twilight Saga: The Official Guide, guia oficial de Crepúsculo, mas como ficou grande demais vai sair separadamente.

Em seu site, Stephenie contou que parte do dinheiro arrecadado com The Short Second Life of Bree Tanner será doado para a Cruz Vermelha Internacional.


Os quatro primeiros livros da Saga Crepúsculo já venderam milhões de exemplares no mundo todo. Já há dois filmes lançados - Crepúsculo e Lua Nova - e Eclipse estreia em junho.


Em 2011 é a vez de Amanhecer, história que pode ser desmembrada em dois longas.

Fonte: http://ocapacitor.uol.com.br/cinema/nota-stephenie_meyer_lanca_novo_livro_da_saga_crepusculo-1889.html

Boromir


AS MOTIVAÇÕES DE BOROMIR
Ensaio elaborado por Edhelcalen

Adeus, Aragorn! Vá para Minas Tirith e salve meu povo! Eu falhei.”

Estas foram as últimas palavras de Boromir, filho de Denethor II, de Gondor.
Voltemos um pouco no tempo.
2984 T.E. Um menino de seis anos assiste seu pai assumir o governo de um reino que traz sangue de Númenor, mas que também herdou uma perigosa vizinhança.
Esse menino, que até então se permitia ser uma criança como qualquer outra, passa a ter seu destino traçado, e troca suas atividades infantis pelo treino incessante de batalhas.
Cresce ora com os olhos voltados para as fronteiras leste, ora assistindo os mortos serem enterrados.

Esse mesmo menino, que foi forçado a trocar as brincadeiras pela habilidade com a espada, chama-se Boromir.
Gondor há muito se tornara a barreira que separa o mal que exala de Mordor da paz que os povos do oeste desfrutam; paz que reina onde nem o som do choque de espadas nem a umidade do sangue derramado chegam.
Em 2001, Bilbo dá sua festa de despedida. Em meio a músicas, comidas e fogos de artifício, o Condado se diverte, e Boromir, aos vinte e três anos, sente o peso da responsabilidade de ser o capitão de um exército e o herdeiro do trono de um povo que teima em não sucumbir.
Mordor não dá tréguas e sua sombra avança como tentáculos que tentam arrancar a Torre Branca de suas raízes. Ithilien está vazia.
Nesta próspera região de antigamente, apenas caminham os rangers, os orcs e uns poucos habitantes que teimosamente permaneceram em seus lares.
À medida que a Sombra cresce, a esperança de Gondor se esvai. Denethor começa a pagar seu quinhão na tentativa desesperada de proteger Gondor ao usar o palantir de Minas Tirith.
A tudo isso Boromir assiste, sem nunca vacilar ou se dar por vencido. Tornou-se um capitão formidável, cuja experiência adquiriu com a prática em rechaçar as forças de Mordor. Difícil imaginar esse soldado se divertindo nos salões de Minas Tirith a exemplo do que ocorria a milhas dali, nos salões de Elrond. Não havia tempo para a tranqüilidade dos livros, tampouco para romances, diante de um futuro incerto e potencialmente perigoso.
Em 3018, as hostes de Sauron atacam Osgiliath com fúria, tendo Boromir comandado a resistência. A cidade, embora arruinada mais uma vez, não foi tomada, mas mostrou o que estava por vir. Boromir soube, então, que um ataque massivo seria uma questão de tempo, como soube, também, que Gondor não resistiria.
Então, teve o sonho profético de procurar a “espada quebrada” em Imladris. Seria uma esperança? Faramir deveria ir procurar a resposta, mas Boromir, para proteger o irmão e conhecedor da necessidade urgente, parte para Rivendell contra a vontade de todos.
Desconhecendo o caminho, mas sem hesitar, prossegue em sua jornada por cento e dez dias, e finalmente chega à Casa de Elrond na véspera do Conselho.
No Conselho, Boromir mostra a que veio.
Altivo, forte, decidido, expõe a situação desesperadora na qual se encontra Gondor, encontra suas respostas e se depara com o herdeiro de Isildur. Após sua surpresa inicial, mostra seu verdadeiro caráter e sua sincera intenção. Sua iniciativa em pedir ajuda a Aragorn, contrastando com seu orgulho, arrogância e impetuosidade, confirma o fato de que a segurança de Gondor estava em primeiro lugar em suas prioridades. A partir daquele momento, ele não se importa com a ameaça de perder a possibilidade de reinar. Se o preço para a segurança do reino fosse entregar o governo para Aragorn, que assim fosse.
Seu desespero em salvar Gondor o coloca frente a frente com a arma que ele acredita poder trazer a vitória definitiva: o Anel. Embora este lhe tenha sido negado, Boromir se junta à Comitiva.
É nessa jornada que se pode verificar o sangue dos Dúnedain em Boromir, assim como sua face de verdadeiro guerreiro. Em nenhum momento Boromir fraqueja diante do perigo ou se furta a ajudar os companheiros, além de mostrar sua sabedoria, a exemplo de como expôs o que enfrentariam em Caradhras. Ali salva Frodo e ali pede para todos terem esperanças.
Quando a travessia por Caradhras é frustrada e decidem por Moria, Boromir mostra novamente seu valor. Embora seja contrário a atravessar as Minas, não abandona a Comitiva. Outra vez demonstra o tipo de guerreiro que é e o sangue que herdou em suas veias. É o primeiro na linha de frente contra os orcs que os atacaram na câmara-túmulo de Balin. Ali luta bravamente. Na ponte de Khazad-dûm não hesita na tentativa em lutar contra o Balrog ao lado de Aragorn. E a exemplo de ter sido o primeiro contra os orcs, é o último a sair de Moria, protegendo a retaguarda da Comitiva.
Nas proximidades do Rauros ele poderia ter seguido para Minas Tirith, mas preferiu ficar para ajudar os amigos.
Tudo isso mostra a verdadeira disposição de Boromir, que continuou a jornada junto dos demais companheiros.
Durante cento e vinte e quatro dias Boromir ficou com a Comitiva, desde o dia do Conselho de Elrond. Durante cento e vinte e quatro dias Boromir sentiu os efeitos da proximidade do Anel. Finalmente sucumbe e tenta tirar o Anel de Frodo. Mas esse desvario tem pouca duração. Atacado por orcs, cai mortalmente ferido pelos inimigos numericamente superiores, ao se colocar entre as lanças e flechas e os dois hobbits, Merry e Pippin. Seu último desejo, que Aragorn salvasse Minas Tirith.

Boromir partiu para Valfenda na tentativa de obter qualquer ajuda para a situação terrível na qual Gondor se encontrava. Ele não poderia falhar. Ele faria qualquer coisa, como acabou se provando, para salvar seu reino. Boromir sabia a dimensão do ataque que viria de Mordor. Seu desespero e o amor que sentia por Gondor estão bem evidenciados em suas palavras dirigidas a Aragorn no Conselho.
Amor esse que só rivalizava com seus sentimentos para com seu irmão mais novo, Faramir.
Todas as suas prioridades são bem claras, pois disputava diariamente, palmo a palmo, o território de Gondor contra Mordor. E ele corria contra o relógio. Não tardaria o ataque mortal.
Boromir nunca quis o Um por ambição ao poder, e, sim, via no Anel a força suficientemente capaz de derrotar a Sombra que pairava sobre seu amado reino.
Seu desespero foi sua fraqueza. Mas mesmo tendo sucumbido, se redimiu no final, revelando sua verdadeira índole. Foi a redenção de um lutador formidável, um comandante exemplar e um companheiro corajoso.
Este filho de Gondor jamais voltou a ver a Torre Branca que tanto amava; tampouco viu Ithilien voltar a florescer.

Morreu como um guerreiro, dando sua vida para proteger a de inocentes. E na hora de sua morte seu pensamento foi um só: Gondor.


--

Créditos: figura retirada do site www.lordoftherings.net

segunda-feira, 29 de março de 2010

Grandes Traidores de Arda - Maeglin


Maeglin
Ensaio de Shirley “Edhelcalen”


A raça dos Elfos possui um dos grandes representantes da traição: Maeglin. Nascido em Nan Elmoth, filho de Aredhel e Eöl, Maeglin desde cedo ansiou por conhecer o lar de sua mãe, que lhe contava, com detalhes, as riquezas e belezas do reino escondido, Gondolin. Em um desses momentos, a semente da ambição já começa a germinar em seu coração, principalmente por ouvir sua mãe lhe contar que o rei daquele reino não tinha herdeiro, visto que para a sucessão, os Noldor consideravam a linhagem masculina:

Acumulava todas essas coisas no coração, mas sobretudo o que ouvia a
respeito de Turgon e que ele não tinha herdeiro, pois Elenwë, sua esposa,
perecera na travessia do Helcaraxë, e que sua filha, Idril Celebrindal, era a sua
única descendente
(O Silmarillion, cap. De Maeglin”)

A localização de Gondolin era segredo absoluto, afinal Melkor desejava ardentemente encontrar e destruir a Cidade Escondida, e por mais que tentasse, Maeglin não conseguia fazer com que sua mãe lhe revelasse esse segredo. Entretanto, estava disposto a usar de subterfúgios traiçoeiros para conseguir seu intento:

De maneira nenhuma a mãe revelava a Maeglin onde Turgon vivia, nem como
lá se podia chegar, e ele dava tempo ao tempo, ainda confiante de que
conseguiria arrancar o segredo à mãe ou talvez lê-lo na sua mente
desprevenida”.
(O Silmarillion, cap. De Maeglin)

E Maeglin foi recompensado pela paciência. Numa determinada ocasião, convencendo sua mãe de que eram cativos – algo que não condizia totalmente com a verdade – conseguiu fazer com
ela e ele partissem, como foragidos, para Gondolin, aproveitando-se da ausência do pai. Ao tomar conhecimento da fuga, Eöl parte ao encalço de ambos e acaba por chegar ao reino de Turgon.
Os eventos seguintes revelam duas traições de Maeglin: não atender ao pedido do pai para retornarem para Nan Elmoth; e sua impassividade diante da execução de Eöl.
Essa recusa em partir com Eöl pode, à primeira vista, dar a ilusão de ser plenamente justificada, uma vez que era seu direito permanecer onde quisesse e não obrigado a atender à uma imposição do pai. Mas, é como Maeglin o fez que merece menção, mesmo sem entrar no mérito do tipo de estrutura familiar da Terra-Média. Eöl havia se recusado a receber as boas-vindas de Turgon. Ali, ele era um estrangeiro que de alguma forma encontrou o caminho secreto. Além disso, não queria proximidades com aqueles que, de alguma forma, teriam participado do episódio do Alqualondë. Ele nada queria, exceto que seu filho ficasse junto dele. E é o que ele diz ao chamar Maeglin. Mas este nada responde, fica imóvel em silêncio. Podemos vislumbrar a cena e imaginar as feições de Maeglin nesse momento.
Numa sucessão de gestos rápidos, Aredhel acaba sendo ferida mortalmente e, como conseqüência, Eöl é condenado à morte. Talvez essa seja a passagem na narrativa que mais ilumina o caráter de Maeglin, que comparece à execução e nada diz, nem mesmo pede a compaixão do rei ou se despede do pai. Assiste a tudo sem dizer palavra, enquanto Eöl gritava pelo filho.
Entretanto, sua frieza não escapa à observação de Idril:

“... mas Idril ficou perturbada e a partir desse dia desconfiou do seu parente.”
(O Silmarillion, cap. De Maeglin)

As mortes de seu pai e sua mãe em nada afetaram os objetivos de Maeglin que passou a se destacar em tudo que fazia, caindo, assim, nas boas graças do rei.
E no coração de Maeglin nasceu seu amor por Idril, porém esta não se mostrava interessada, nem tanto pelo costume de que os Eldar não se casavam com parentes, mas por seu primo ter revelado, ainda que veladamente, o que realmente era, algo que somente Idril via. E isso não desmotivava Maeglin, mas ao lado do amor nascia o rancor:

“... Maeglin continuou a observar Idril e a esperar, e o seu amor transformou-se
em negrume no seu coração. E procurou ainda mais fazer a sua vontade
noutras questões, não fugindo de nenhum labor nem responsabilidade, desde
que por tal meio obtivesse poder.”
(O Silmarillion, cap. De Maeglin)


Em silêncio, Maeglin esperava, depositário de toda a confiança do povo do Reino Escondido.
Com a chegada de Tuor, filho de Huor, o casamento daquele com Idril e o nascimento do filho desta união, Eärendil, o negrume do coração de Maeglin cresceu, pois a ele se juntou o ódio a Tuor:

Contudo grande foi a alegria daqueles dias quando Idril e Tuor casaram-se
diante do povo em Gar Ainion, o lugar dos Deuses, próximo aos salões do rei.
Um dia de alegria foi esse casamento para a cidade de Gondolin, e da maior
felicidade para Tuor e Idril. Depois disso ambos residiram em alegria naquela
casa acima das muralhas que olhavam para o sul de Tumladen, e isto foi bom
para os corações de todos na cidade, salvo Maeglin.”
(A Queda de Gondolin)

E Idril tinha maus presságios com relação a Maeglin, pois ela possuía grandes habilidades para ler a mente e o coração de outros. E ela disse a Tuor:

Saiba, meu marido, que meu coração está apreensivo pela dúvida com relação
a Maeglin, e temo que este trará mal sobre nosso belo reino, embora de nenhum
maneira eu possa ver como ou quando.”
(A Queda de Gondolin)

As preocupações de Idril infelizmente revelaram ter fundamento.
Eis que depois que Húrin inadvertida e involuntariamente revelou a localização aproximada de Gondolin – conforme é relatado em outras passagens da história -, Melkor aumentou suas forças de orcs e outras criaturas na procura de um meio de entrar na cidade. Em conseqüência, os Gondolindrim intensificaram suas defesas, e as tentativas eram todas frustradas.
Mas, um dia, Maeglin se perdeu nas colinas, pois freqüentemente desobedecia as ordens do rei e ultrapassava o cerco da cidade, e foi pego pelos orcs. Novamente o caráter traidor de Maeglin toma forma. Para evitar ser morto pelos orcs ele lhes diz:

“... pois se me matarem, seja isto de forma rápida ou lenta, vocês perderão
grandes informações da Cidade de Gondolin, que seu mestre regozijar-se-ia ao
ouvir.”
(A Queda de Gondolin)

E Maeglin foi levado cativo para Angband e à presença do próprio Melkor. As ameaças de tortura eram, por si só, grandes motivadoras para a delação de Maeglin, mas suas motivações mais fortes foram outras:

“... mas o tormento com que foi ameaçado intimidou-lhe o espírito e ele
comprou a vida e a liberdade a troco da revelação a Morgoth da localização de
Gondolin e dos caminhos pelos quais podia ser encontrada e atacada (...) e, na
verdade, o desejo por Idril e o ódio a Tuor tornaram mais fácil a traição de
Maeglin.”
(O Silmarillion, cap. De Tuor e da Queda de Gondolin)

A alegria de Melkor, como é relatada, foi grande, e este prometeu a Maeglin tornar Turgon seu vassalo e lhe dar a posse de Idril.

E, dessa forma, o destino de Gondolin foi selado. Melkor se preparou por sete anos, estando de posse de todos os detalhes sobre a Cidade Escondida, não só dos caminhos, mas até da altura de suas muralhas, espessura dos portões e número de elfos armados.

E por todos esses sete anos, Maeglin, que fora enviado de volta a Gondolin, permaneceu calado:

“... e ele viveu nos salões do rei com o rosto sorridente e a perfídia no coração.”
(O Silmarillion, cap. De Tuor e da Queda de Gondolin)


Findos os sete anos, o ataque lançado por Melkor foi fulminante. Não apenas orcs atacaram Gondolin, mas também Balrogs e o próprio Glaurung e sua prole.
Gondolin não conseguiu conter o inimigo e muitos ali pereceram: Ecthelion, Glorfindel e o próprio rei, dentre muitos, muitos outros.
Na confusão, Maeglin tentou pegar Idril e seu filho, Eärendil, mas foi impedido por Tuor, e ambos lutaram arduamente e Maeglin morreu... sem poder usufruir dos resultados de sua traição.

Somos capazes de visualizar Maeglin caminhando por entre o povo de Gondolin, sabendo que em breve estariam todos mortos, pois ficou por sete anos no aguardo do ataque que viria de Angband. Sete anos nos quais ele poderia ter alertado o rei e seu povo para que fugissem ou alterassem os caminhos de entrada do reino e para que se defendessem melhor. Sete anos vendo que a bela Gondolin estava condenada.

Poucos conseguiram fugir pelas ruínas e, ainda assim, graças às precauções de Idril. Poucos sobreviveram para contar aquilo que foi, segundo O Silmarillion “a mais infame de todas as histórias dos tempos antigos.”


Bibliografia:
O Silmarillion: “De Maeglin”; “De Tuor e a Queda de Gondolin”
Contos Inacabados: “De Tuor e sua chegada em Gondolin”
The History of Middle-earth, v.
The History of Middle-earth, v. IV, The Shapping of Middle-earth: “The Earliest ‘Silmarillion’

Créditos: gravura de autoria de Lorraine Brevig

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ensaio: Ithilien - Parte IV


ITHILIEN – A LUA SOBRE GONDOR
Ensaio de Michael Martinez, traduzido por Edhelcalen (*)

Parte IV



Mas as invasões dos Easterlings provavelmente iniciam um período de reversão da sorte de Ithilien. Isto é, com uma nova ameaça que vinha pelas montanhas, o norte de Ithilien (ao menos) não atrairia muitos novos colonos. A região era de importância estratégica para Gondor porque os fortes ao norte de Mordor seriam um risco se fossem separados de Ithilien. Eles ainda poderiam ser reabastecidos através da própria Mordor, mas tal jornada pôde se provar longa e perigosa.
Taroscar (Rómendacil I, 492-541) parece ter lutado uma guerra largamente defensiva contra
as várias tribos de Easterlings que atacavam Gondor. Contudo, seu filho, Turambar (541-
667), esteve na ofensiva e firmou um grande acordo de territórios no leste. Ithilien ficou
segura contra invasões e, provavelmente, serviu como uma área de teste para as
conquistas de Turambar.
As campanhas orientais de Turambar não parecem ter resultado em alguma migração ao
leste. Parece que ele foi o rei que fez o primeiro contato com os Homens do Norte e os
convidou para se estabelecerem nas terras entre Rhovanion e Mordor.
Ithilien parece ter sido esquecida daí para frente. Os reis de Gondor voltaram sua atenção
para outra parte, e quando Tarannon Falastur começou a conquistar as terras ao oeste e ao
norte de Gondor, é muito possível que a colonização tenha seguido seus exércitos.


Ithilien tornou-se importante outra vez quando Eldacar retornou do exílio em 1447 para
confrontar Castamir, o Usurpador, trazendo um exército de Homens do Norte para Gondor. Os
povos de Calenardhon, Anórien e Ithilien se juntaram a Eldacar e o ajudaram a recuperar o
trono. Embora os Homens do Norte já devessem ter habitado Ithilien, esse povo possivelmente já estava farto e cansado de Castamir, que era mais popular com os povos do litoral. Ele deu pouca atenção às áreas do interior, até mesmo decidindo mudar seu trono para Pelargir de forma a poder ficar próximo da frota.
O reinado de Castamir foi somente o começo para o declínio de Ithilien. A batalha nas
Travessias do Erui, na qual Eldacar derrotou Castamir, custou muitas vidas. Embora Ithilien
pudesse ter recuperado suas riquezas e influências anteriores, nas gerações seguintes
Ithilien do Sul e Horondor foram ameaçadas por Umbar, para onde os seguidores de
Castamir fugiram após sua morte. E, em 1636, a Grande Peste devastadora que veio do leste
enfraqueceu o reino inteiro. Muitas pessoas fugiram para Ithilien para escapar da praga e
se recusaram a retornar para Osgiliath posteriormente. Sua intransigência, somada ao
abandono das fortalezas em Mordor, assegurou que Ithilien sofresse mais um declínio. Minas Ithil e talvez Emyn Arnen teriam continuado importantes para Ithilien, mas haveria menos demanda para seus bens e serviços.
Enquanto criaturas malignas começavam a repovoar Mordor, Ithilien se tornava mais que
um território de fronteira. As guerras com os Carroceiros, nos anos 1800, empurraram a
fronteira de Gondor de volta para Ithilien do Norte, e Ithilien foi brevemente invadida em
1944. No curso de aproximadamente 500 anos, Ithilien foi transformada de um centro principal
de Gondor para sua última linha de defesa. A perda de Minas Ithil para o Senhor dos Nazgûl,
em 2043, serviu apenas para sacramentar o novo status de Ithilien como região de fronteira.
Os quatro séculos seguintes não viram qualquer mudança no status quo. Ithilien
provavelmente floresceu de certo modo. Isto é, não necessariamente atraiu uma colonização,
mas seu povo não era molestado. Apenas quando a Paz Vigilante acabou e Sauron retornou para Dol Guldur, as coisas começaram a ficar perigosas novamente. Os Uruks emergiram de Mordor e começaram a atacar Ithilien. O povo começou a sair em multidões e a vida deve ter se tornado muito dura para aqueles que escolheram ficar. É difícil imaginar os nobres de Gondor dançando
nos salões e celebrando antigas vitórias lá.
Provavelmente os homens viajavam para o exterior em grupos armados e as famílias juntas planejavam moradias fortificadas. As pessoas devem ter preferido ficar puramente pelo amor à terra, e talvez por orgulho. Elas não seriam arrancadas de seus lares por Orcs.


No século 29, Túrin, Regente Governante de Gondor, deu ao povo de Ithilien algum relevo.
Ele fortificou Cair Andros e começou a estabelecer refúgios secretos através da região. Os Rangers de Ithilien provavelmenteforam formados nesse período. Mas Gondor foi atacada no sul, e Túrin foi forçado a chamar Rohan para auxílio. Embora Túrin vencesse a guerra, seu poder parece ter diminuído. Em 2901, quase toda a população de Ithilien fugiu através do Anduin, enquanto os Uruks aumentavam seus ataques. Em 2951, Sauron retornou a Mordor e abertamente declarou-se seu senhor. Em 2954, Orodruin entrou em erupção e o que restava do povo de Ithilien percebeu que a guerra não demoraria e fugiu através do rio, e Ithilien foi deixada para os Orcs e Rangers lutarem entre si.
Gondor nunca abandonou o controle sobre Ithilien do modo que abandonou seus territórios
orientais. Denethor II manteve os Rangers e firmou a presença de Gondor ali. Mas a região
se tornou mais um símbolo de resistência contra Sauron que qualquer outra coisa. Não mais representava uma fronteira de oportunidades ou o poder dos Reis de Gondor.


Uma terra, que uma vez teria sido cheia de cidades, fazendas e vilas, foi reduzida a uma
região vazia e disputada. Gondor a reivindicava, mas não conseguia impedir Sauron de utilizá-la como estrada para o Morannon.
Ironicamente as fortalezas, que uma vez Ithilien usou contra o retorno de Sauron, foram usadas
para os propósitos dele. Mas embora Sauron fosse capaz de explorar Ithilien estrategicamente, ele nunca foi capaz de se beneficiar dela economicamente. A economia da Terra Média era simples e realmente não tinha muita relação que fazer com as grandes estratégias. Ninguém se apoderou de um veio de Mithril de Khazad-dum ou das gemas brutas de Erebor. Mas um povo tinha que se sustentar ou ser sustentado. Sauron foi incapaz de colonizar Ithilien ou usá-la como base de operações. Quando a Guerra do Anel começou, a invasão de Mordor foi lançada a
partir de Minas Morgul (formalmente Minas Ithil). Tudo que o exército precisou teve que ser
trazido com ele, mesmo os barcos e as jangadas que tiveram que ser preparadas por muito tempo em segredo.
Assim como os rabiscos dos Orcs na cabeça da estátua derrubada que Frodo e Sam
observaram, as depredações dos Orcs em Ithilien eram na maioria superficiais. Os Rangers de Ithilien e as forças de defesa nativas que os habitantes anteriores haviam mantido tornaram impossível para os Orcs deixarem uma marca durável na região. Arnor perdeu Rhudaur no norte, mas o povo de Aranarth recuperou o Ângulo. Similarmente, Gondor nunca abandonou completamente Ithilien. Ithilien é, de várias maneiras, um testemunho da força de Gondor mesmo nos dias de seu declínio. Mas também é uma indicação do caráter do povo que diz: “Este é nosso lar. Nós não o abandonaremos, a menos que abandonemos nossas vidas”.


Gondor nunca realmente perdeu Ithilien porque ela vivia no coração dos Dúnedain. Denethor
sabiamente recrutou os Rangers entre homens cujos ancestrais tinham vivido em Ithilien. Eles
investiram emocionalmente na terra, e através deles Gondor manteve sua devoção. Isildur
teria se orgulhado.


(*) Tradução originariamente publica na O Condado Newsletter, do grupo de discussão do Yahoo “O Condado”.
Obs.: Não tenho o crédito da gravura/foto

Ensaio: Ithilien - Parte III


ITHILIEN – A LUA SOBRE GONDOR
Ensaio de Michael Martinez, traduzido por Edhelcalen (*)

Parte III


Quando Sauron revelou que retornara à vida para atacar Gondor, primeiramente ele foi em
direção a Minas Ithil. Embora esta fosse a cidade-lar de Isildur, a razão estratégica para
tomar Minas Ithil foi remover uma base de operações que poderia ser usada contra
Mordor. Apesar do fato de Minas Ithil cair rapidamente no primeiro assalto, ela seria
considerada como uma cidade militar. Isildur simplesmente não esperava que Sauron saísse
de Mordor com violência. Ele não tinha qualquer razão para acreditar nisso desde que
Sauron tinha afundado junto com Númenor. Os Maiar normalmente não voltavam à vida dessa
maneira. Mas Minas Ithil foi construída para ser uma ameaça a Mordor, e foi claramente
entendida como uma. Assim, Sauron provavelmente levou uma força esmagadora
contra a cidade.
Mas surge a pergunta do porquê Sauron não foi capaz de tomar Osgilath. Se ele possuía
aquela força esmagadora quando atacou Minas Ithil, o que aconteceu? Muito provavelmente
Isildur escapou com muito mais do que apenas sua família. E a notícia que algo errado
acontecera chegou antes de Isildur. Anárion pode ter trazido reforços de Minas Anor, e
ainda haveria auxílio disponível em Pelargir.
Também, muitas pessoas do centro de Ithilien podem ter sido evacuadas possivelmente para
as Emyn Arnen e Osgiliath. Prevenida, melhor equipada e reabastecida desde a retaguarda
até o rio, Osgiliath tornou-se uma barreira formidável à invasão de Sauron.
Mas, aparentemente, faltou a Isildur e Anáriona força numérica de homens para retomar o
que haviam perdido. Ou, também, Isildur compreendeu que Sauron apresentava uma
ameaça maior do que os Dúnedain sempre haviam imaginado. Assim, deixou Gondor e foi
para o Norte, deixando Anárion para manter o reino em segurança. Mais que provável,
Sauron permaneceu com sua fúria em Ithilien por poucos anos. Mas não seria até ficar
sabendo da organização de forças no norte que ele começaria a transferir recursos para a
Terra Parda.
No norte, Sauron se preparou para o ataque que viria. Ele deve ter percebido que tinha
subestimado o poder dos Dúnedain ou sua própria habilidade em empreender uma guerra.
Após seu ataque inicial a Gondor, ele ficou na defensiva. Anárion podia, eventualmente,
retomar Minas Ithil quando Gil-galad e Elendil saíram do norte. A atenção de Sauron devia
estar focada na batalha de Dagorlad. Anárion, possivelmente, também tinha um exército
maior nesse tempo, uma vez que poderia ter passado vários anos aumentando suas forças
como Gil-galad e Elendil o fizeram. Sauron atacou Gondor em 3429, Gil-galad e Elendil
formaram a Última Aliança em 3430. Eles marcharam para Imladris em 3431, e a Batalha
de Dagorlad ocorreu em 3434. Anárion teve cinco anos para recrutar, treinar e equipar
novos soldados.
Mas naqueles cinco anos ele fez alguma coisa ou apenas avaliou mal as forças crescentes de
Sauron? Dos Anéis de Poder e da Terceira Era diz que havia dois senhores numenoreanos,
Herumor e Fuinur, que eram aliados de Sauron e residiam próximos a Gondor. Estes dois
podem ter trazido novas forças para auxiliar Sauron e mantido Anárion distraído. Pior, eles
teriam devastado Ithilien do Sul, Anárion pode ter sido capaz de direcionar o exército de
Sauron de volta para as montanhas, só para descobrir que teria que negociar com novos
adversários atacando Emyn Arnen.
Quando a Última Aliança se provou vitoriosa na Dagorlad, Gil-galad e Elendil parecem ter dado
uma pausa para se reagruparem. Tinham sofrido pesadas baixas na batalha (Amdir, Rei
de Lothlórien foi morto ao lado de muitos de seus guerreiros nos pântanos). Nesse período,
é provável que Isildur tivesse enviado seus filhos, Ciryon e Aratan, para retomar e habitar
novamente Minas Ithil. Nesse ponto, a ameaça a Ithilien tinha sido removida ou extremamente
diminuída. Ciryon e seu irmão permaneceram em Minhas Ithil para se assegurarem de que
Sauron não fugiria por sobre as montanhas. A decisão de mantê-los na cidade parece implicar
que as terras do sul ainda eram amigáveis a Sauron ou estavam nas mãos de seus aliados.
Uma vez que Barad-dûr foi sitiada, Ithilien deveria ter sido reocupada se suas fazendas
fossem produtivas e houvesse homens suficientes para trabalhar nelas. Os grandes
exércitos das alianças necessitavam de alimentos, e com a proximidade da guerra a
produção seria maior e melhor. Embora as demandas do esforço de guerra durassem
apenas alguns anos, Gondor construiu e manteve fortalezas por todas as Ephel Duath e
talvez em outras partes de Gondor. Estas guarnições também requeriam suprimentos, e
Ithilien muito provavelmente se beneficiou disso. A região deve ter se tornado uma Meca
para as pessoas que procuravam novas terras.
Ao menos os primeiros poucos séculos da Terceira Era devem ter sido uma espécie de
boom para Ithilien.


(*) Tradução originariamente publica na O Condado Newsletter, do grupo de discussão do Yahoo “O Condado”.
Obs.: Não tenho o crédito da gravura/foto

Ensaio: ITHILIEN - Parte II


ITHILIEN – A LUA SOBRE GONDOR
Ensaio de Michael Martinez, traduzido por Edhelcalen (*)

Parte II


Em 3.319, Isildur e Anárion chegaram nas Bocas do Anduin. No ano seguinte, Elendil e seus filhos fundaram os Reinos no Exílio, Arnor e Gondor. Os povos do Pelargir foram úteis na fundação de Gondor. Eles teriam a força militar para estabelecer um novo reino, embora os Dúnedain de toda parte de Anórien, Ithilien, Belfalas, Lebennin e Calenardhon pudessem ter dado as boas vindas para a família dos Senhores do Andúnië. O tratado de Isildur com o Rei das Montanhas implica que havia senhores rivais em contendas. Os Dúnedain tinham que encontrar meios para aplacá-los ou de se defender contra eles. Dos Anéis de Poder e a Terceira Era diz que Anor foi “um escudo contra os homens selvagens dos vales”.
Osgiliath foi, possivelmente, a primeira cidade que Isildur e Anárion construíram. Os Povos da Terra Média [HoME XII] diz que o terceiro filho de Isildur nasceu em Minas Ithil, enquanto que seu segundo filho é meramente listado como “nascido em Gondor”. Com a construção da grande ponte e fortaleza entre Emyn Arnen e Midollun, Isildur e Anárion puderam estender suas influências e recursos para o leste e oeste. Em O Senhor dos Anéis é dito que Isildur construiu Minas Ithil como uma ameaça para Mordor, que deve ter permanecido forte a despeito da ausência de Sauron. Ar-Pharazôn nunca esteve em Mordor, portanto seus exércitos de escravos estavam intactos.
Minas Anor e Minas Ithil teriam sido pouco mais que colônias nos primeiros anos, mas sua
ascensão em importância como cidades secundárias de reis implica que elas devem ter
sido constantemente reforçadas com novos colonizadores. Os colonos devem ter vindo de
Pelargir, Lebennin e Belfalas. Os poucos navios de Isildur e Anárion não devem ter
trazido pessoas suficientes de Númenor para povoar as três cidades, menos ainda as
fortalezas que foram consequentemente construídas em Calenardhon, junto a Orthanc e
Aglarond. Pode ser que muitos dos Fiéis que fugiram de Númenor em seus últimos anos
tenham se assentado próximos a Pelargir e procurado novas terras.
A presença de duas cidades nas fronteiras de Ithilien implica fortemente que havia muitas
pessoas vivendo no campo. As pessoas da cidade precisavam comer e a maioria dos
alimentos vinha, provavelmente, das fazendas e plantações. Estes recursos, muito
possivelmente, concentravam-se ao longo das estradas que os Dúnedain construíram por toda
Ithilien, das quais apenas duas são mencionadas na Terceira Era: a estrada ligando Osgiliath a Minas Ithil e a estrada nortesul que contornavam as Ephel Duath.
A base da população de Ithilien de ter sido de fazendeiros. Deve ter havido Dúnedain,
homens de sangue misto e homens sem sangue Dúnadan. A maioria dos fazendeiros
possivelmente estaria em Ithilien do Sul, que parece ter sido menos densamente arborizada
que Ithilien do Norte. Algumas pessoas de espírito mais perseverante provavelmente
migraram para o norte, mas a expansão deve ter sido de acordo com as localizações
estratégicas das cidades e das fortalezas.
Aglarond e Orthanc parecem ter sido usadas para manter os Gwathuirim em Enedwaith
desde os ataques aos colonos de Calenardhon, mas isto também assegurou que Gondor
controlasse a passagem entre Ered Hithui e as Ered Nimrais.



(*) Tradução originalmente publicada na O Condado Newsletter, do grupo de discussão do Yahoo “O Condado”.
Obs.: não tenho o crédito da gravura.

Ensaio: Ithilien - Parte I


ITHILIEN – A LUA SOBRE GONDOR
Ensaio de Michael Martinez, traduzido por Edhelcalen (*)

Parte I

Eu sempre quis saber como Ithilien deve ter sido quando estava cheia de pessoas.
O inconstante quadro político deve ter produzido um impacto econômico em Ithilien que, por sua vez, levaria a mudanças populacionais.
O primeiro povo a habitar a região teria sido os Nandor. É perfeitamente possível que todos eles tenham partido na Primeira Era, juntando-se à migração de Denethor para Beleriand.

Mas também pode ser que alguns clãs tenham ficado para trás. Pode ter havido um, dois ou três reinos élficos ou tribos menores na região ainda na Guerra dos Elfos e Sauron. Nesse tempo, as coisas poderiam ter mudado.

Muito provavelmente, os Elfos não migraram para o sul de Emyn Arnen. Não temos muito conhecimento da geografia do sul de Ithilien, mas não parece que a região fosse um convite para ser habitada por Elfos. Cair Andros seria o lugar mais fácil para os Elfos cruzarem o rio e visitarem seus parentes que haviam
permanecido em Anórien, Calenardhon e outras regiões próximas. De fato, pode ser que alguns Elfos mais recentes tenham chegado ali passando através de Calenardhon e Anórien e cruzado o rio em Cair Andros.

Quando Sauron lançou a guerra contra os Elfos, enviou exércitos para o norte da Grande Floresta Verde e para as terras adjacentes, e, através do Anduin, para Calenardhon. Ele deve ter garantido Cair Andros, pelo menos, como uma precaução contra possíveis ataques de Anórien e as terras além das Ered Nimrais.
Parece, baseado em sua linha de retirada vários anos mais tarde, que Sauron usou Undeeps como ponto de cruzamento. As terras entre Cair Andros e Emyn Arnen teriam sido ideais para um reino élfico fundado pelos Sindar, assim parece impossível que Sauron tivesse ignorado essa região. Ele deve ter enviado para lá um exército violento como parte de sua estratégia global.
Talvez os Elfos sobreviventes tenham fugido para o oeste através do rio. Eles poderiam ter alcançado Edhelland e utilizado seus navios para navegar no Mar para Valinor. Embora os reinos do Elfos Silvestres do norte contassem com exércitos no campo de batalha, o poderio militar real dos Elfos estava no reino de Gilgalad e em Eregion. Os Eldar foram os guerreiros e sábios entre os Elfos, e muitos casos de guerra teriam sido entendidos como um problema Eldarin.

Depois da guerra, os Vales do Anduin, no sul, parecem ter sido ignorados por Sauron.
Homens se estabeleceram na região e lá deve ter havido muitas vilas pesqueiras ao longo dos bancos do rio. Os Gwathuirim, que teriam atravessado Anduin mais de mil anos antes, podem ter se expandido para o leste a partir das montanhas. Mas é bem provável que um povo desconhecido tenha se assentado ali, talvez motivado pela guerra de Sauron no leste.

A vida ao longo do Anduin deve ter sido convidativa desde que os Dúnedain
começaram a estabelecer colônias ali. É quase certo que o Pelargir (Estaleiro Real, fundado em 2.350 SE) foi construído como meio de estabelecer o poder numenoreano na área.

Sauron nunca pareceu ter controlado nenhuma frota de navios na Segunda Era. Assim, parece que, provavelmente, Pelargir foi usado como base de operações para deter a pirataria ou obter o controle das passagens para o mar. Os únicos concorrentes, para o tráfego marinho que interessava aos numenoreanos, teriam sido os Elfos.
Os numenoreanos podem ter começado a se estabelecer ao longo do Anduin antes que Pelargir estivesse construído. Umbar fui fundada em 2.280, então, os numenoreanos devem ter se espalhado acima da costa. Sem dúvida, os mercadores e colonos teriam sido capazes de ir para qualquer lugar que quisessem, ao menos até Emyn Arnen. Algumas guerras e contendas podem ter ocorrido nas montanhas, e os selvagens Gwathuirim permaneceram leais a Sauron por um bom tempo.

(*) Tradução originalmente publicada na O Condado Newsletter, do grupo de discussão do Yahoo “O Condado”.
Obs.: não tenho o crédito da gravura, sorry.

Texto: O Senhor dos Anéis e o Divino Masculino


O SENHOR DOS ANÉIS E O DIVINO MASCULINO
por Belba Pai D'Ouro


Muitas pessoas criticam O Senhor dos Anéis por ser uma história basicamente masculina, onde a maioria dos personagens é homem e às mulheres cabe um papel secundário. Essas pessoas podem ter uma certa razão, pois as únicas personagens femininas que têm algum destaque são Galadriel e Éowyn. Arwen tem uma aparição tão sutil que só os que lerem história com atenção perceberão sua importância.
Mas seria realmente um grande problema O Senhor dos Anéis contar a história de homens?
Os personagens masculinos que aparecem na obra resgatam o divino masculino. Eles nos levam a imaginar uma época e um lugar onde os homens não estavam presos às regras estúpidas da sociedade moderna.
Quem não sente uma certa inveja do nobre e belo Boromir, tão preocupado em salvar o SEU povo. Quando esta noção de “meu povo” se perdeu entre nós? Qual o homem moderno brasileiro que tem realmente a verdadeira noção de “meu povo”? Quem estaria disposto a arriscar a sua própria vida, numa jornada suicida para resgatar o esplendor de seu povo? A tentação que ele tinha era de pegar o Anel para salvar a sua gente, para fazer a sua cidade viver ricamente e em paz novamente, como em tempos de outrora. E o que o impediu o tempo todo de simplesmente arrancar o objeto de Frodo? Ele sabia dos riscos de tê-lo nas mãos, mas o que realmente o brecou foi a Honra, a sua palavra dada no Conselho de Elrond. Honra? Palavra? O que isso significa para os homens modernos? E quando ele finalmente sucumbiu por um fatal instante ao terrível poder do Um, coisa que não é de se admirar, visto que a própria primogênita Galadriel quase o fez também, e às portas da morte, arrependido, qual foi a sua preocupação? Suas últimas palavras foram: “Adeus, Aragorn! Vá para Minas Tirith e salve meu povo. Eu falhei”.


E Aragorn? O arquétipo do Rei esteve sempre presente em nossas quimeras, mas raramente na realidade. O Rei que se sacrifica pelo seu reino já foi visto na lenda do Rei Pescador, em Arthur, etc.
Qual a última vez que vimos um governante sábio, justo, que segue a frente da batalha, sendo a sua última preocupação a sua própria segurança? Que empunha a espada com ardor, mas deixa as lágrimas rolarem soltas ao ver um amigo ferido?
Sou Aragorn, filho de Arathorn, e se em nome da vida ou da morte puder salvá-los, assim o farei”. Com essas palavras, Elessar deixa claro como era a sua personalidade.
Boromir e Aragorn têm muito em comum, guerreiros, homens honrados, justos, fiéis. Podemos imaginar um lugar para esses dois na sociedade moderna?


Legolas, um elfo macho. Um macho que não tinha vergonha de se perder em poesias e canções, de conversar com as árvores e ouvir as histórias que as pedras tinham para contar. Um macho que colocava amor em tudo que fazia. Que se encantava com as estrelas. Muitas pessoas que conheço e que assistiram ao filme vieram e falar que aquela loirinha lá... hum... não sei não! Por que essas características ficaram restritas apenas aos gays? Quando foi que o Legolas contido em cada homem moderno morreu? E se não morreu, por que tem que ficar tão escondido debaixo de uma carapaça, só podendo se manifestar dentro do quarto solitário, quando timidamente rabisca alguns versos que serão rasgados logo em seguida?


Gandalf, o velho: respeitado e amado pelos amigos, temido e odiado pelos inimigos devido a sua grande sabedoria. O respeito aos velhos se perde nas areias do tempo (eles, agora, na maioria das vezes, são ignorados e considerados inúteis). Um Maia, que escolheu a forma de um corpo mais fraco, para desta forma, ajudar a Terra Média.


Frodo, que abandonou a sua vida de prazeres simples, para dar a vida pelo seu povo. Ele sempre soube que sua jornada não teria volta. Sabia que abria mão daquilo que mais amava, o Condado, para que o mesmo continuasse a florir. Ele é a ausência do egoísmo.


E Sam, o amigo leal? Como gostaríamos de ter um amigo assim! Aquele que nos apoia no pior momento de nossas vidas... Forte, corajoso, sábio e que nem por isso nos deixa de acompanhar numa caneca de cerveja. Sam é aquele que para os mais desatentos pode parecer um mero serviçal, mas quando necessário assume o governo de todo o Condado e o faz com sabedoria. É aquele que ama um trabalho inocente como a jardinagem e faz de um simples jardim, um pedaço de Lothlórien. Mas é aquele que não hesita em pegar nas armas para defender aqueles que lhes são caros.


Gimli é a força bruta usada com sabedoria e delicadeza. Ele não se sente afetado pelo Anel. Aquele tipo de poder não o atrai. Ele tem uma missão e vai cumpri-la, custe o que custar, pois é o que acredita ser certo. Gimli não se cansa e diz o que pensa, mas permanece firme em seus ideais. Ele é forte, ele é extremamente forte e sabe disso. Sabe que a sua força pode derrotar o que quer que seja prejudicial ao mundo e não tem medo, mas não é imprudente. Ele é um anão, o povo que está mais em contato com o elemento terra e se sente bem em cavernas, que é o útero onde foi gerado.


Merry e Pippin são aqueles que amam a vida. Cada momento dela é um ritual de prazer. Amam a boa mesa, o conforto de uma casa quentinha e o sabor de uma cerveja. Gostam de conversar, de escutar boas histórias e de dar risadas, mas abandonam tudo isso por um grande ideal ou apenas por uma boa aventura. Na atual sociedade, eles seriam tão criticados! Seriam chamados de irresponsáveis, pois nos sentimos quase culpados quando estamos curtindo um dia de preguiça, sem nada para fazer a não ser observar as folhas caindo.


O Senhor dos Anéis tenta resgatar um mundo onde os homens não estariam presos a uma teia cheia de nós. Um mundo muito além do patriarcado, onde pessoas respeitam as árvores, a poesia, a batalha justa.
Sim, ainda existe um lugar neste mundo para Aragorn e Boromir. Eles ainda existem por trás de um terno ou de uma bermuda grunge. Estão agrilhoados por milhares de anos de cultura machista e supressora do divino feminino. O divino masculino está aí, pronto para se unir ao divino feminino e nunca dominá-lo, mas trabalhar junto. Um não existe sem o outro, mas com certeza o masculino é o que está mais moribundo, pois é o mais frágil. O divino feminino foi surrado, foi desconsiderado, foi suprimido, foi ignorado e humilhado pelo patriarcado descontrolado, mas não perdeu a sua alma, enquanto que o divino masculino quase a perdeu.
Como dizia um amigo*, neste momento de nossa história, nunca o Anel esteve tão perto de Sauron e nunca esteve tão perto de ser destruído. Estaremos caminhando para uma nova era, onde os novos anéis de aço, concreto, desemprego, violência, fome serão destruídos? Eles estão nas nossas mãos e só nós somos responsáveis pelos seus destinos. Qual o caminho que tomaremos?
Algumas pessoas afirmam que a obra de Tolkien é pura ficção, outros falam que o livro é o Um Anel, mas eu acho o livro pode também ser o espelho de Galadriel, que “revela coisas passadas, coisas que estão acontecendo, e as que ainda podem acontecer“.


Enfim, O Senhor dos Anéis é uma história masculina, mas é uma boa história.

* Frase dita por Nuvem Que Passa, que já partiu para os salões de Mandos

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A Belba, minha irmãzinha, é fã de Tolkien além de Bióloga. Presidente do grupo tolkiendili de Ribeirão Preto "Torre Branca".

FAÇA SUA PARTE: Hora do Planeta 2010


No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30 (hora de Brasília), o Brasil participa oficialmente da Hora do Planeta.
Das moradias mais simples aos maiores monumentos, as luzes serão apagadas por uma hora, para mostrar aos líderes mundiais nossa preocupação com o aquecimento global.
A Hora do Planeta começou em 2007, apenas em Sidney, na Austrália. Em 2008, 371 cidades participaram. No ano passado, quando o Brasil participou pela primeira vez, o movimento superou todas as expectativas. Centenas de milhões de pessoas em mais de 4 mil cidades de 88 países apagaram as luzes. Monumentos e locais simbólicos, como a Torre Eiffel, o Coliseu e a Times Square, além do Cristo Redentor, o Congresso Nacional e outros ficaram uma hora no escuro. Além disso, artistas, atletas e apresentadores famosos ajudaram voluntariamente na campanha de mobilização.
Em 2010, com a sua participação, vamos fazer uma Hora do Planeta ainda mais fantástica!

Maiores informações site da WWF:
http://www.horadoplaneta.org.br/saibamais.php

Dia do Fã e Toca-SP


Excelente programa para quem estiver em Sampa.


A TOCA-SP terá um estande no Dia do Fã, dia 28 de março, das 9h às 17h na estação Ciência, junto ao Terminal Lapa.

Além de poder participar de uma programação excelente, quem for poderá ver a exposição de action figures de O Senhor dos Anéis.


É o sexto ano em que acontece o evento,que reúne aficionados por ficção científica, séries de TV e filmes.

Tera´concurso de fantasias, exibição de filmes, vários estandes, bate-papos e debates.


Para entrar no museu, os participantes pagam uma taxa simbólica de R$ 2,00.

Os organizadores pedem que seja levado um quilo de alimento não-perecível, que será doado para a ACEDEMSP, instituição que cuida de crianças e jovens excepcionais no bairro de São Miguel Paulista.


Oração dos Estressados

[ok, ok... é tão carne-de-vaca, mas eu simples adoro]

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Luís Fernando Veríssimo

Oração dos Estressados

Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que não posso aceitar e a sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco.

Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois eles podem estar conectados aos sacos que terei que puxar amanhã.

Ajude-me, sempre, a dar 100% no meu trabalho...
12% na segunda-feira,
23% na terça-feira,
40% na quarta-feira,
20% na quinta-feira,
5% na sexta-feira.

E... Ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um dia realmente ruim e todos parecerem estar me enchendo o saco, que são necessários 42 músculos para socar alguém e apenas 4 para estender meu dedo médio e mandá-lo para aquele lugar...

Que assim seja!!!

Viva todos os dias de sua vida como se fossem o último.
Um dia, você acerta.

Tema do Tolkien Reading Day 2010


[preguiça de traduzir... sorry]


Tolkien against the Sea




The Tolkien Society got me thinking. This year’s Tolkien Reading Day had a nautical theme – some breezy thing about International Seafarer Day. Why? Is Tolkien a particularly “nautical” writer? I admit this had never occurred to me. From the very idea of Middle-earth, a land before time that approximates continental Europe with land bridges to England and Africa; to the endless series of quests across mountains, forests, fields and caverns that Tolkien loves to describe in breathtaking language; to the most famous fantasy race of Halflings that ever turned pale at the thought of crossing open water, Tolkien has always seemed to me to have his literary feet planted firmly in dry land, like the roots of his beloved trees.
Not that he doesn’t treat with the Sea. Of course he does. Every foreground needs its background. Who doesn’t know that the great Western or Sundering Sea is the barrier between the mortal Great Lands (Tolkien’s original name for Middle-earth’s central continent) and the Undying Lands of Elvenhome and Valinor? Only the Elves may cross this Sea – with the usual exceptions of various mortal Heroes taking their numbers and awaiting their chances. The Elves have the Sea-longing embedded in them. Legolas is warned by Galadriel that once he hears the seagulls at Pelargir in southern Gondor, he will never again be at rest in his woodland home. Ted Sandyman mocks Sam’s love of the tale of the Elves: “sailing, sailing, into the West” – a theme echoed by Saruman at the end of the story as he taunts Galadriel for her exile on the wrong side of the great water.But this is symbolism. Elvenhome was originally England, in Tolkien’s youthful conception. England is an island at the edge of the Atlantic, and it was a great seafaring Empire at that time. Tolkien, in his desire to create the apocryphal “mythology for England”, could not ignore the Sea, both inner and outer, in his Elvish pre-history of the Sceptred Isle. The concept of a great Sea supporting a blessed island, far to the West of the Continent, survived the death of his early dream. It lived on in the purely Elvish chronicles of The Silmarillion, and eventually The Lord of the Rings.

It is always there, but we never actually sail that symbolic Sea. We hear about innumerable voyages, epics of nautical derring-do by the Noldorin Elves, the Teleri Sea-Elves, Feanor, Earendil, Tuor, Eldarion prince of Numenor, Ar-Pharazon the Great, Elendil the Tall and his sons, Amroth, Cirdan the Shipwright, and the Ship-Kings of Gondor. These voyages always take place off-stage. In none of these tales do we taste the salt on our lips or feel the wind in our hair. In Tolkien’s world, these intrepid mariners leave the Land only to reach another Land or return to their own Land in defeat. In the annals of Middle-earth there is no action at sea, no description of the moods of the ocean, no engagement with the voyages as voyages. Tolkien’s Sea for all its greatness is merely the context for a text about Lands. Occasionally it dresses in another robe, such as in the Númenórean tale of The Mariner’s Wife, where the Sea becomes a metaphor for the undomesticated Male spirit; or in the person of Ulmo, the Vala of the Sea in The Silmarillion who turns the sound of storm-tossed waves into a horn-call of deepest wisdom and reassurance for the isolated humans and Elves stranded in Middle-earth.
Yet English literature is rich with sea-stories, as one might expect of the Empire on which the sun never set. I recall reading, in the same years I discovered Tolkien and from the same Anglophilic mid-century library: the epic Bounty trilogy by Nordhoff and Hall; the classic Hornblower series by Forester; Endurance by Lansing on Shackleton’s incredible seamanship; Gipsy Moth Circles the World by Sir Francis Chichester; the Rime of the Ancient Mariner; and even frequent seafaring adventures in the books of Nevil Shute, who is generally thought of as an aviation novelist. These books, whether fiction or non-fiction, grip you with their eloquent and detailed descriptions of Man against the Sea: page after page of well-crafted prose about storms, waves, cold salt water, tackle and rigging, starvation and thirst, sunsets, the infinite stars at night, sea monsters, loneliness and companionship in the greatest deserts on earth, and the relief and shock of the return to terra firma.
Why did the very English Tolkien never really write about adventures at sea? I don’t think it’s profitable to try to prove a negative, so I will just speculate. Leave aside mundane ideas like the fact that Tolkien never sailed off his island, but loved to hike the English countryside. It seems to me that Tolkien’s biggest themes are variations on Man’s struggle with himself: intensely moral struggles such as mortality vs. immortality, good vs. evil, heroism vs. prudence, faith vs. reason, and myth vs. history, to name a few. In the Medieval and Victorian sources that Tolkien knew and liked the most, and from which he drew his romances, these struggles are traditionally externalized as stories of law-breaking or quests or wars. What has gone without saying is that they also take place in land-bound settings.
Sea stories, on the other hand, are about Man’s struggle with the sea – a sea which is an amoral force of nature. There is no inner struggle for a sailor, just an outer struggle for survival. Triumph over the sea is possible, but temporary, and conveys no special grace on the victor – the next voyage or the next wave could still be the last one. From this point of view, a sea voyage is no subject for a writer whose secondary world fairly breathes an innate morality.

As I think about it, I remember that Tolkien stumbled over this prime characteristic of the sea in his creation of Ulmo. In The Silmarillion Ulmo, the Vala (god) of the sea, is the only great spirit who is unreservedly on the side of the Elves (and later the Men), when the rest of Valinor turns away from the war with Morgoth over the Silmarils. Yet a beneficent Sea is a real corker in mythology, literature, and reality too – so Tolkien invented Ossë, a Maia (lesser spirit) of the coastal waters who is a bit crazy. Ossë and his spouse Uinen, Lady of the sea plants and creatures, are the ones who dominate the sea lanes most often used by the fishing and trading ships of the Elves and Men in Tolkien’s stories. Thanks to Osse’s love of violence “at times he will rage in his willfulness without any command from Ulmo” (Sil 30). Ah… blame storms and shipwrecks on the henchman, not the boss. And said boss Ulmo – god of the Sea – is thus left free to concern himself almost entirely with events on the Land!
With such a complex mythological construction to moralize the essential amorality of the Sea, it’s no wonder that Tolkien never embarked on writing up the breezy details of any of his heroes’ ocean voyages – even in his unfinished tales of Númenor, as surefire a nautical setting as any writer could wish for. It’s a pity, since he wrote so well about outdoor adventures in natural landscapes. Imagine a rip-roaring tale of the sea by Tolkien, who so lightly showed us what he could do with lesser voyages by lesser craft:


…the boats whirled by, frail and fleeting as little leaves… the black waters roared and echoed, and a wind screamed over them. ‘Fear not!’ said a strange voice behind him. In the stern sat Aragorn son of Arathorn, proud and erect, guiding the boat with skilful strokes; his hood was cast back, and his dark hair was blowing in the wind, a light was in his eyes… (LotR II.10)



[retirado do site The One Ring.net]

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pendrive com design da saudação vulcana


[retirado do site Pequenas empresas Grandes Negócios]



Os designers do estúdio IMM Living desenvolveram uma série de pendrives que imitam a forma de sinais famosos feitos com a mão humana. Chamados Hand Sign USB Drives, entre eles estão o sinal de paz, o sinal relativo ao rock 'n' roll, o sinal do revólver e o cumprimento vulcano do personagem Spock, da série clássica de televisão Star Trek (Jornada nas Estrelas). Os pendrives possuem capacidade de 2 gigabytes cada e custam o equivalente a R$ 62. Os designers da IMM Living partiram do mote de que a cultura popular e a indústria cultural absorvem elementos da contracultura. Baseada em Toronto, no Canadá, a empresa cria produtos e designs com base na cultura popular e tradicional.

a estratosfera é linda


[retirado do Terra]


Um britânico conseguiu captar imagens impressionantes da Terra com um equipamento muito mais simples e barato do que os milhões que a Nasa, agência espacial americana, ou a ESA, agência espacial europeia, gastam para fotografá-la. Robert Harrison utilizou uma câmera digital comum protegida em uma caixa e acoplada a um balão de hélio que subiu mais de 35 km no céu, na altura da estratosfera, a segunda camada da atmosfera. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
A engenhoca de Harrison chamou tanto a atenção que até mesmo a Nasa tentou contato com o cientista para saber mais sobre a tecnologia. Ele utilizou um GPS de monitoramento por satélite, semelhante aos utilizados por carros, e um transmissor de rádio ligado para o instrumento ser detectado quando retornasse ao solo com o para-quedas.
Simples e eficiente, o equipamento também é relativamente barato: custou cerca de 500 euros. Antes do lançamento, a câmera é conectada a um pequeno computador programado para acionar uma foto a cada cinco minutos. Depois, a máquina recebe uma camada de material isolante e, em seguida, é fechada em uma caixa de poliestireno.
Quando o balão atinge 35 km, e o hélio em seu interior se esvai pela baixa pressão atmosférica, uma espécie de mini para-quedas abre automaticamente. O equipamento foi recuperado a 80 km do local onde Harrisson estava.

Before They Were Famous Musicians... They Were Total Nerds

[retirado do site: http://www.shoutmouth.com/index.php/news/Before_They_Were_Famous_Musicians..._They_Were_Total_Nerds]


Before They Were Famous Musicians... They Were Total Nerds

As everybody's favorite college town band, Radiohead (from Oxford), releases their album onto the Internet this week, academic reverence seems timely.

Many musicians enrolled in prestigious universities before their careers took off; some graduated, some did not. Here, we take a look at those who had the brains to get into great schools and went all the way...or found something more interesting to do.

Yo-Yo Ma
Ma has studied at the Juillard and Columbia, and he graduated from Harvard in 1976 (they also gave him an honorary doctorate in 1991). He was a legit child prodigy and played the violin, viola, and cello at the age of four. Dude is mad smart!

Greg Graffin - Bad Religion
Aside from co-founding Bad Religion, Graffin has a history of being a champ in the classroom. He double majored in anthropology and geology at UCLA before getting a masters there in geology. He went on to receive a PhD in zoology from Cornell for his dissertation, "Monism, Atheism and the Naturalist Worldview: Perspectives from Evolutionary Biology." He currently teaches life sciences at UCLA.

Drew Daniel - Matmos
One half of the electronic experimental duo Matmos is no slouch in the academic department. He recently received his PhD from Berkeley (his dissertation was on the literary cult of Melancholy) and he is currently an assistant professor in the Department of English at Johns Hopkins University.

Gregg Gillis aka Girl Talk
Gillis studied at Case Western Reserve University in Cleveland before he took up a career as a biomedical engineer. He has since ditched the day job to focus on spinning his funky fresh sounds.

Tom Morello - Rage Against the Machine, Audioslave, The Nightwatchman
The non-sampler and guitar virtuoso graduated with honors in political science.

Bonnie Raitt
Raitt entered Radcliffe College in 1967 as an African Studies major. She recalls, "My plan was to travel to Tanzania, where President Julius Nyerere was creating a government based on democracy and socialism. I wanted to help undo the damage that Western colonialism had done to native cultures around the world. Cambridge was a hotbed of this kind of thinking, and I was thrilled." She didn't finish college due to growing musical success.

Gram Parsons - The Flying Burrito Brothers, The Byrds
Before pioneering country's fusion with rock, Parsons studied theology for a semester before dropping out.

Rivers Cuomo - Weezer
Graduated Phi Beta Kappa from Harvard by studying on and off and getting laid...never.
Pete SeegerThe protest singer-songwriter won a scholarship, but left during his Sophomore year.

Lisa Loeb
Those nerdy glasses weren't just for show: She graduated from the Providence institution in 1990 with a degree in comparative literature.

Damian Kulash - OK Go
The treadmill dancer graduated from Brown in 1998 with a degree in art semiotics.

Elvis Perkins
The son of Anthony Perkins finished school before starting his band, Dearland, who tours with bands like Cold War Kids, Dr. Dog, and My Morning Jacket.

Duncan Sheik
Semiotics again. How does this translate into music?

Dhani Harrison
George's son studied physics and industrial design before he was playing the guitar on Wu-Tang´s latest song.

Mary Chapin Carpenter
The country/folk artist graduated from Brown in 1981 with a degree in American Civilization before she began her music career.

Will Oldham aka Bonnie 'Prince' Billy
Oldham studied acting at Brown University, but dropped out after a semester.

Art Garfunkel - Simon and Garfunkel
The other half of Simon and Garfunkel has a B.A. in art history and a master's degree in math, both from Columbia University.

Alicia Keys
Keys graduated from the Professional Performing Arts School as the Valedictorian and was offered a scholarship to Columbia. She decided to pursue her musical career instead.

Lauryn Hill - The FugeesLauryn
Hill left Columbia after her first year to begin her career of making great tunes and scaring men and white people alike.

Peter Yarrow - Peter, Paul, and Mary
Yarrow was "puffing the magic dragon" as an undergraduate psychology major at Cornell. He finished up in 1959.The Disco BiscuitsAll of the members of the Disco Biscuits met as undergrads at The University of Pennsylvania. Yes, drug users are smart people, too.

Huey Lewis
Huey studied engineering at Cornell before dropping out his junior year.

Craig Finn - The Hold Steady
The Hold Steady frontman graduated from Boston College in 1993. Yeah, that's my alma mater. Get up Eagles! Number Four football team in the country! Boosh, boosh, boosh!

Stephen Malkmus - Pavement
SM studied art history at the University of Virginia where he also DJed at the radio station, WTJU.

Andrew Bird
Bird graduated from Northwestern University with a degree in violin performance in 1996. Turns out he still uses said skill in his music these days.

Win and William Butler - The Arcade Fire
The Butler brothers both attended the prestigious Phillips Exeter boarding school before pursuing their studies separately. Will attended Northwestern and Win studied at Sarah Lawrence and McGill (in Montreal).


Rick Rubin and Russell Simmons
Rubin and Simmons met while undergrads at NYU and started Def Jam Records in Rubin's dorm room -- forever changing the face of hip-hop...and faces with enormous beards.

Neil Diamond
Diamond entered NYU as a pre-med student, but ended up dropping out with less than a year left. Damn you organic chemistry! No big deal, though, the school awarded him an honorary PhD in 2003.

Talib Kweli
Kweli studied experimental theater at NYU, which is awesome in so many ways. So many...

Interpol
All of the original members of Interpol met while students at NYU. What, their swanky suits didn't give them away?

Albert Hammond, Jr. - The Strokes
When Albert moved from L.A. to study at the Tisch School of the Arts, he met up with the rest of The Strokes and the revolution was born!

Jim Morrison - The Doors
Morrison famously studied film as an undergraduate at UCLA, where he made two films.
Before he went to UCLA, he briefly attended Florida State and participated in a promotional film for the university

Davey Havok and Jade Puget - AFI
Both of these eyelined rockers met while they were students at the University of California at Berkeley.

Anthony Kiedis - The Red Hot Chili Peppers
Kiedis got into UCLA, but, unfortunately, he also got into drugs and dropped the f out.

Iggy Pop
Iggy got into his local University of Michigan -- no small task -- but dropped out to take his shirt off and sing, damn it, sing.

Umphrey's McGee
Four of the original Umphrey's members met at Notre Dame and started playing together ten years ago. They later moved to Chicago, where the band took off.

Ted Leo - Ted Leo and the Pharmacists
Ted didn't study to become a pharmacist at Notre Dame; he graduated with a degree in English in 1993.

Mick Jagger - The Rolling Stones
Mick got into the London School of Economics and studied accounting and finance. He, of course, left after less than a year to start this small band that never really accomplished that much.

Nick Drake
Drake studied English literature at Fitzwilliam College at the University of Cambridge. He began his career in his dorm room by recording on a four-track.

Colin Greenwood - Radiohead
Greenwood was born and raised in the academic mecca that is Oxford, England (he still lives there today with most of the other members of Radiohead), but he decided to go to rival Cambridge University for his studies. Greenwood studied English and focused on modern American authors.

... à deriva...

Parece que entrei na fase de perda. Parece que tudo está partindo, indo embora.
É uma fase muito ruim, para não dizer deprimente.
Começou com meu carro, para o qual eu disse adeus. Meus dois chuveiros (um deles novíssimo) resolvem dizer basta. E, depois, tantos, tantos, tantos problemas de estrutura na minha casa, que chega a assombrar (alagamentos, vazamentos, telhado quebrado...). E, depois, meu dente, que se quebra enquanto eu dormia (pasma!). Num mesmo domingo - passado - foi a vez do aparelho de DVD e do cadeado da garagem. Isso tudo num tempo de 1 mês!!!!!
Na noite de domingo, eu me sentei e chorei. Chorei pela fase maldita, chorei por todas as decisões erradas que tomei, chorei pela solidão, chorei pela falta de grana para o mínimo, chorei porque parece que meus neurônios também entraram em pane.
Sim, meus neurônios! Minha coisa mais preciosa. Minha memória está péssima, ando confundindo coisas. Será a senilidade chegando?
Chego nesta fase desejando loucamente pra culpar alguém pelos meus infortúnios, mas não há. Durante anos e anos eu só fiz burradas e agora colho o que plantei. Resultado do meu eterno "depois eu faço", "não sirvo pra isso", deixando as oportunidades para outros, fazendo escolhas com o coração e não com a razão, etc, etc, etc. A sensação de "sou uma fracassada" é total.
Tá, tem coisas boas. Meu emprego, por exemplo. Depois de tanta estupidez, é claro que não é o emprego dos meus sonhos (tudo bem que eu sonhava em trabalhar na NASA), mas é legal. Meu chefe é legal. A empresa é legal... meu salário nem tanto, mas tem potencial.
Outra coisa boa? Com exceção do meu dente, da audição problemática e de uma miopia sem grandes conseqüências, tô inteira. Meu time vai aos trancos e barrancos, mas também não está dando vexame como certo-time-verde. Minha família está bem (queria fazer mais por minha mãe, mas não dá). Ah, e estou fazendo curso de conversação de inglês.
Ok! Ok! Tem coisa boa. Eu já disse. Mas tem hora... que dá vontade de desistir. Entrego a toalha e pronto.
Sei que ninguém vai ler isso. E, se ler, ou vai se identificar com algumas coisas ou vai me chamar de besta. Não tem importância. Pelo menos desabafo num lugar meu... e evito cair no choro.
Estou tentando retomar coisas que sempre gostei (Star Trek, Tolkien...). A criação deste blog é um sinal disso. Mas é um ato de desespero.

Eu me agarro a essas coisas para não afundar. É essa a sensação. E, mesmo agarrada a elas, eu estou totalmente à deriva.
... e as forças estão acabando.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Niver de Jim Parsons

Hoje, niver do Jim Parsons, nosso amado Sheldon!
Putz! A info que achei dá conta que ele está fazendo.... 37 anos ??!!!

Help!

Alguém pode me dizer onde eu altero a cor da fonte dos comentários?
Não acho essa droga em lugar algum... eu eu sou muito lerda.

II RPGCON

E, aí, nerds rpgistas de plantão!
Acesse esse endereço: http://becoimaginario.com/rpgcon/2010/03/19/setor-de-associacoes-fa-clubes-exposicoes-atividades-trofeu-rpgcon/

para saber mais sobre o evento.

A II RPGCON ocorrerá nos dias 03 e 04 de julho de 2010, das 09h às 18h, no Colégio Notre Dame, situado à Rua Alegrete, 168, no bairro do Sumaré, São Paulo – SP. Tal qual em 2009, um setor inteiro do 1º andar está sendo dedicado às atividades que abarcarão aos associações relacionadas com RPG e os Fã-Clubes.

Hora do Planeta 2010

O Brasil é o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa. A maior de desmatamentos e queimadas.
No dia 27, às 20:30h (horário de Brasília), alguns monumentos, no Brasil, terão as luzes apagadas por 1 hora.
A campanha pede que nós também façamos nossa parte, apagando as luzes de casa.
O evento vai começar na Nova Zelândia e seguirá os fusos horários.
Eu vou aderir. (Nota mental: não me esquecer de apagar as luzes no sábado).

... e por falar em Litania...

Por falar em Duna e a Litania, eu sempre me deparo com pessoas que recitam a dita cuja de forma errada. Não é culpa delas, afinal ocorreu um erro gravíssimo na tradução, infelizmente.
Veja só:

... em inglês:
"I must not fear.Fear is the mind-killer.
Fear is the little death that brings total obliteration.
I will face my fear.
I will permit it to pass over me and through me.
And when it has gone past
I will turn the inner eye to see its path.
Where the fear has gone there will be nothing.
Only I will remain."

Então, o correto em português é:

"Eu não temerei.
O medo é o assassino da mente.
Medo é a morte pequena que traz a obliteração.
Enfrentarei meu medo.
Eu permitirei que ele passe sobre mim ou sobre de mim.
E, quando ele se fôr,
voltarei minha visão interna para olhar sua trilha.
Por onde o medo passou nada restou.
Apenas eu permaneço."


Dependendo de quem traduz há algumas variações, mas é isso aí em cima.

Lamentavelmente, não sou uma Bene Gesserit (nem elfa! nem cadete da Frota Estelar! nem nada...), mas em todas as vezes que recitei a Litania ela não falhou!
A-m-o Duna!

Sobre a nova publicação da saga Duna

Pois é! Estaria programado para o 2º semestre de 2010 o lançamento da nova edição e tradução da saga Duna.
A comunidade do orkut "Conselho de Landsraad" se propôs, voluntariamente, a dar sugestões e dicas para a nova tradução. Se você também quiser dar palpites sobre, digamos, termos como "faca cristalina", "especiaria" ou sobre a famosíssima Litania do Medo (que juro que funciona de verdade!!!!), acesse a comunidade: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=71291&tid=5429586536209709964

Para os mineiros fãs de Duna

A Universidade Federal de Uberlândia promoverá mesa redonda para discutir Frank Herbert.
Todos estão convidados.
Abaixo, o convite postado na comunidade "Conselho de Landsraad":
--//
29 e 30 de Maio grande evento na Universidade Federal de Uberlândia -Tendo como um dos alicerces a obra do Tio Frank.
Convocamos todos os pilotos Atreides de Caladan que estiverem disponíveis...O voo é alto, mas somos excelentes pilotos, nosso símbolo é o falcão azul...
A entrada no sietch para quem tiver os olhos em deep blue é franca...Precisamos de voluntários para compor a mesa!
Cavalquem seus vermes até o deserto do cerrado brasileiro!que nossa água se una a da tribo!
Shai Huludu, sagrado seja o vetor.

Encontro da Medieval Brasil - SP

Estou retransmitindo post da comunidade do orkut "Medieval Brasil":

11/04 ao 12:00 - Data FECHADA
devido a inumeros problemas de mudança de data, e com a proximidade da primeira data dou por encerrada as mudanças! Vamos nos organizar porque o encontro está próximo!! Vou começar a fazer a divulgação em comunidades e lojas, e quem puder que faça o mesmo!!!Resolvi mudar o nome de encontro para pic nic, pois será um evento simples!!!11/04 ao 12:00 - II Pic-nic Medieval no Ibirapuera!É tempo de nos reunirmos novamente, afiar a espada, preparar a armadura e por o frango para assar!O encontro será no parque do Ibirapuera, passando a ponte metálica do lado direito, antes da OCA, tem um mapa no meu album em:http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=12894432135527509421&pid=1268312269877&aid=1254073707$pid=1268312269877O encontro é aberto e gratuito a todos que desejam ir! Pedimos para que cada um colabore levando uma comida e uma bebida típica (como pães de frutas e carnes, carnes defumadas, frios em geral, frutas, vinhos e cervejas), e quem for de carro pode também ajudar levando caixas termicas, gelo e toalhas de mesa.É de fundamental importância para o evento que todos apareçam trajados, pois assim podemos vivenciar uma esperiência única como foi o primeiro evento (fotos no meu album).

*:>%# (palavrão intraduzível)

Às vezes me torno uma pessoa altamente revoltada e me pergunto "por que, meu Deus? Por quê?" ... eu não tenho grana para certas coisas?????
Se você é fã de Star Wars e de miniaturas vai me entender. Vejam a nova coleção de Star Wars da Planeta Agostini (http://www.planetadeagostini.com.br/colecionavel/star-wars-naves-e-veiculos.html... e me digam que se tenho ou não razão.

Tolkien Reading Day

Ei, pessoal, não se esqueçam que diz 25 de março é o Tolkien Reading Day. Em tupiniquim "Dia Ler Tolkien".
É uma data proposta pela Tolkien Society relativa à queda de Sauron. Nesse dia, os leitores fazem a leitura de alguma obra, trecho, poema, etc, etc. A idéia é, também, propagar as obras. Então, eles sugerem montar grupos de amigos, fazer eventos em bibliotecas, nas escolas... Essas coisas.
Para saber mais: http://www.tolkiensociety.org/ed/tolkienreadingday.html

Preconceito e Intolerância disfarçadas

Também uso esse blog pra desabafar. E meu desabafo de hoje é: odeio homofobia!
Dessa vez quem levantou suas bandeiras homofóbicas é o des-ilustre vereador Carlos Apolinário (DEM - SP) que quer proibir a Parada Gay, deste ano, na Paulista.
Trata-se de, além de homofobia, uma vingança pura e simples, pois a marcha evangélica anual passou a acontecer no Campo de Marte. Entounces, ele também quer que a Parada seja lá.
Nada a ver, vereador! Nada a ver!

ai... ai...

Retornando depois de uma ida rapidíssima a Sampa.
Isso é um tormento. É como entrar numa loja de doces e estar de dieta; é como mostrar heroína para um viciado amordaçado e amarrado; é como ... é como James Lovell deve ter se sentido ao estar tão perto da Lua e preso na Apollo 13.
Dói não poder ficar naquela cidade definitivamente.
Então, estou de volta ao Quadrante Gama quase literalmente.

Para fãs da Malévola

Graças ao megasucesso de bilheteria que se tornou a nova versão de Alice no País das Maravilhas, a Disney já pisa no acelerador para produzir Malévola. O filme, com atores reais, terá a bruxa de A Bela Adormecida (1959) como protagonista. A roteirista já foi escolhida e será Linda Woolverton e a direção, possivelmente, será de Tim Burton. Linda já escreveu as histórias de outros longas da Disney como O Rei Leão e Mulan.A ideia do filme é recontar a história da Bela Adormecida, só que pelo ponto de vista da Malévola, uma das personagens mais sombrias do mundo Disney. Ela pode assumir a forma de vários animais, inclusive a de um dragão.O acordo com Tim Burton para assumir a direção ainda não foi fechado, mas sua participação nessa produção já vem sendo mencionada há algum tempo por sites americanos respeitados como o Hollywood Reporter, por exemplo. E com o sucesso de Alice no País das Maravilhas é bem provável que ele assuma mesmo o comando do filme.
[direto do site da UOL via crtlC crtlV]

segunda-feira, 22 de março de 2010

Niver William Shatner


William Shatner completa 79 aninhos hoje!

O interessante é que o Capitão Kirk também nasceu em 22 de março... só que em 2233.

TBBT ... com o Um Anel

No último dia 08 foi ao ar o episódio tããããããoooo aguardado de The Big Bang Theory, em que aparece o Um Anel. Mas isso foi lá nos EUA.
Por aqui, a coisa vai demorar um pouco. Mas dá pra assistir via site da CBS: http://www.cbs.com/primetime/big_bang_theory/

John Cho como o jovem George Takei

Quem assiste "Flash Forward" já se acostumou com o desespero do agente Demetri Noh (afinal, vai ser assassinado ou não?). Mas vamos ter que acostumar nosso cérebro a vê-lo, também, nos controles de navegação da Enterprise.
O ator voltará a interpretar o Tenente Sulu quando jovem.
Sinceramente, eu o acho excelente para o papel... embora ele seja coreano e não japonês.

Will Wheaton em TBT

Há quem ama... há quem odeia. Nesta última categoria com certeza está o Sheldon.
De qualquer forma, o episódio de The Big Bang Theory, em que aparece o Will Wheaton como ele mesmo, foi um dos mais hilários do seriado.
E para quem segue o Will pelo twitter ficou sabendo, em primeira mão, que ele voltará em outro episódio.
Vamos aguardar para dar boas risadas novamente.